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criminalidade. A partir daí levou a cabo seus julgamentos atrozes, todos "devidamente<br />

embasadas na ciência" e nos ideais de evolução, como aqueles defendidos por Darwin em<br />

"A Origem do Homem.”<br />

Recentemente terminei a leitura de " A expressão das emoções no homem e nos<br />

animais" 174, de Charles Darwin, publicado pela Companhia da Letras. Dentre alguns<br />

assuntos que me chamou a atenção no livro, um refere-se exatamente a esta vontade<br />

desvairada em se encontrar traços físicos e emocionais similares tanto no homem como<br />

nos símios. Os trechos a seguir, todos extraídos deste referido livro, oferecem uma<br />

pequena mostra desta louca obsessão do naturalista por "nos tornar parecidos" com o<br />

macaco. Ei-los:<br />

"Nos humanos, algumas expressões, como o arrepiar dos cabelos sob a influência<br />

de terror extremo, ou mostrar os dentes quando furioso ao extremo, dificilmente podem<br />

ser compreendidas sem a crença de que o homem existiu um dia numa forma mais<br />

inferior e animalesca. A partilha de certas expressões por espécies diferentes ainda que<br />

próximas, como na contração dos mesmos músculos faciais durante o riso pelo homem e<br />

por vários grupos de macacos, torna-se mais inteligível se acreditarmos que ambos<br />

descendem de um ancestral comum. Aquele que admitir que, no geral, a estrutura e os<br />

hábitos de todos os animais evoluíram gradualmente, abordará toda a questão da<br />

Expressão a partir de uma perspectiva nova e interessante" (p. 19).<br />

[...]<br />

"As várias espécies e gêneros de macacos expres sam seus sentimentos de muitas<br />

maneiras diferentes; e esse fato é interessante, pois tem alguma relação com a questão<br />

sobre como classificar, em espécies ou variedades, as assim chamadas raças humanas;<br />

pois, como veremos nos próximos capítulos, as diferentes raças humanas exprimem suas<br />

emoções e sensações de maneira notavelmente uniforme ao redor do mundo. Algumas<br />

das formas de expressão dos macacos são interessantes também por sua semelhança com<br />

as expressões do homem. Como não tive oportunidade de observar nenhuma das espécies<br />

em todas as circunstâncias possíveis, dividirei minhas descrições pêlos diferentes estados<br />

de espírito que exprimiam" (p. 116).<br />

[...]<br />

"Se faze mos cócegas num chimpanzé jovem — e as axilas são particularmente<br />

sensíveis às cócegas, como em nossas crianças —, um som mais nítido de cacarejo ou<br />

risada é produzido; embora a risada muitas vezes seja silenciosa faz" (p. 116).<br />

[...]<br />

"Ou seja, uma expressão de satisfação, da mesma natureza que um sorriso<br />

incipiente, e semelhante àquela tantas vezes vista no rosto do homem, podia ser<br />

nitidamente reconhecida nesse animal" (p.116).<br />

[...]<br />

"Com o babuíno-anúbis (Cynocephalus anubis), seu tratador primeiro o insultou e<br />

enfureceu com facilidade, depois os dois se reconciliaram e se apertaram as mãos. No<br />

momento da reconciliação, o babuíno mexia a boca e os lábios para cima e para baixo<br />

com rapidez, e parecia satisfeito. Quando rimos com gosto, um movimento — ou tremor<br />

— similar pode ser visto mais ou menos distintamente em nossa mandíbula. Mas no<br />

homem os músculos do tórax são mais acionados, enquanto nesse babuíno, e em alguns<br />

outros macacos, os músculos da mandíbula e dos lábios é que são espasmodicamente<br />

contraídos" (p.118).<br />

[...]<br />

"A aparência de desânimo nos orangotangos e chimpanzés jovens quando doentes<br />

é tão evidente e quase tão patética quanto em nossas crianças. Esse estado de espírito e<br />

do corpo é demonstrado pêlos seus gestos lânguidos, semblante abatido, olhar sombrio e<br />

compleição alterada”(p.120).<br />

[...]<br />

181

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