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fevereiro, o mesmo do nascimento do naturalista inglês e autor do “A Origem das<br />

Espécies.”<br />

Não é à toa que a Teoria da Evolução, para esses novos ateus, transformou-se num<br />

evento essencialmente ateísta e o que mais contrasta com a ideia de um Deus criador. Sem<br />

dúvida um enorme obstáculo aos darwinistas de tendências religiosas. Ademais, a luta<br />

inglória dos devotos de Darwin em elevar à Teoria da Evolução ao status de lídima ciência,<br />

só perde com isso, afinal, faz com que os conceitos evolucionistas sejam cada vez mais<br />

vistos pelos crentes como combativos às suas crenças e, consequentemente, como um<br />

estorvo para a fé em Deus. Desta forma, a harmonia que se deveria esperar entre ciência e<br />

religião, é substituída cada vez mais pelo acirramento ideológico de ambos os grupos,<br />

culminando em escancaradas manifestações de intolerâncias de cada uma das partes.<br />

É isso!<br />

A paixão cega por uma causa cega<br />

Num trecho que corrobora o título de seu livro “O<br />

Relojoeiro Cego”, Richard Dawkins aponta a Seleção Natural<br />

como o único e exclusivo processo pelo qual a vida originouse<br />

e se desenvolveu. Escreve ele: “O argumento de Paley é<br />

defendido com uma sinceridade apaixonada e informado<br />

pelo melhor saber biológico do seu tempo, mas está errado,<br />

gloriosa e absolutamente errado. A analogia entre um<br />

telescópio e um olho, entre um relógio e um organismo vivo é<br />

falsa. Pese embora a todas as aparências em contrário, o<br />

único relojoeiro da natureza são as forças cegas da física, se<br />

bem que desdobradas de forma muito especial. Um verdadeiro relojoeiro tem antevisão:<br />

concebe as suas engrenagens e molas e planeia as suas inter-relações com um objetivo<br />

futuro, com os olhos da sua imaginação. A seleção natural, o processo cego, inconsciente<br />

e automático que Darwin descobriu e que hoje sabemos ser a explicação para a existência<br />

e para a forma aparentemente intencional de toda a vida, não imagina qualquer<br />

objetivo. Não tem imaginação nem olhos da imaginação. Não planeia para o futuro. Não<br />

tem visão, nem antevisão, não tem qualquer sentido da vista. Se se quiser atribuir-lhe<br />

qualquer papel de relojoeiro na a natureza, será o relojoeiro cego.” 357<br />

Exatamente acerca deste trecho do livro de Dawkins, comenta Michael Behe, em seu<br />

livro “A Caixa Preta de Darwin” 358 , publicado e traduzido no Brasil pela Editora Zahar:<br />

“Paley expressa tão bem o argumento do planejamento que desperta o respeito até<br />

de evolucionistas ferrenhos. Richard Dawkins tirou o título de seu livro, O relojoeiro<br />

cego, da analogia do relógio traçada por Paley, mas alega que a evolução, e não um<br />

agente inteligente, representa o papel do relojoeiro: Paley apresenta seu convincente<br />

ponto de vista com belas e reverentes descrições da maquinaria dissecada da vida,<br />

começando com o olho huma-no... O argumento de Paley é exposto com apaixonante<br />

sinceridade c baseado na melhor erudição biológica de sua época, mas é errado, gloriosa<br />

e totalmente errado... Se podemos dizer [que a seleção natural] representa o papel do<br />

relojoeiro na natureza, é o do relojoeiro cego... Uma coisa que não farei é depreciar a<br />

maravilha dos "relógios" vivos que tanto inspiraram Paley. Muito ao contrário, tentarei<br />

passar minha certeza de que, nesse particular, Paley poderia ter ido ainda mais longe.<br />

Os sentimentos de Dawkins em relação a Paley são os de um conquistador em<br />

relação a um inimigo valoroso, mas derrotado. Magnânimo na vitória, o cientista de<br />

Oxford pode se dar ao luxo de render homenagem ao clérigo que compartilhava de seu<br />

próprio encanto com a complexidade da natureza. Certamente Dawkins tem razão em<br />

considerar Paley derrotado: poucos filósofos ou cientistas a ele se referem, mesmo de<br />

passagem. Os que o fazem, como Dawkins, agem assim apenas para ignorar, e não para<br />

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