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miscelânea de conceitos bastante em voga na época, como aqueles defendidos por Thomas<br />

Malthus, Francis Galton, Herbert Spencer, entre muitos outros.<br />

Por várias “coincidências”, entre elas, a posição financeira e o status social de<br />

Darwin, foi ele “escolhido” (atente-se para as aspas) como o melhor representante da<br />

ideologia naturalista. Darwin por seus próprios méritos de pesquisador não teria uma<br />

centelha a mais de prestígio do que Lamarck ou Wallace. O "sangue nobre" dos wedgwoods<br />

prevaleceu. Cumpriu-se ali o velho lema "sobrevivência do mais apto.”<br />

É isso!<br />

A teologia de Paley e a teleologia<br />

de Darwin<br />

Isso certamente causará sérios<br />

desconfortos nos zeladores de Darwin, contudo,<br />

eles vão ter de engolir o fato de que as<br />

formulações inicias de Darwin terem sido<br />

inspiradas na teologia natural de William Paley.<br />

Essa conclusão partiu de um conhecido<br />

darwinista, o professor da USP Nélio Bizzo. E,<br />

para quem não conhece a afinidade deste autor com o naturalista inglês, vai aqui este seu<br />

depoimento, extraído de um de seus ensaios: “Fui a Shrewsbury, entrei no quarto onde ele<br />

nasceu (a casa é uma repartição pública hoje em dia) visitei a escola onde estudou, o<br />

castelo medieval que existe diante dela, fui a Edimburgo, conheci a faculdade de<br />

Medicina, o estuário do rio Forth, onde ele fazia coletas assistido pelo professor Grant,<br />

um lamarckista fanático que depois se tornaria deputado revolucionário em Londres,<br />

além de sua escola em Cambridge, o Christís College, seus aposentos, sua segunda casa<br />

em Londres (a primeira delas, onde teve a ideia da seleção natural, foi demolida para a<br />

construção da garagem de um supermercado), sua casa em Downe, etc. Enfim, um<br />

roteiro de uma verdadeira macaca de auditório. Além disso, meu projeto de doutorado<br />

me levou a trabalhar com seus manuscritos originais, com sua biblioteca pessoal, seus<br />

escritos íntimos e até mesmo os de sua esposa, Emma, em Cambridge, Londres e Downe.<br />

Tenho anotadas as datas das menstruações de Emma por um período de mais de dez<br />

anos antes dela ter tido seu último filho. Ser um fã não significa ser um adulador, um<br />

cego do ponto de vista intelectual. Defendo uma aproximação crítica, procurando<br />

compreender o autor dentro do contexto que ele viveu, em sua época, com seus valores.”<br />

21<br />

Agora as conclusões de Bizzo, defendidas há alguns anos num debate sobre ciência e<br />

religião, realizado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Ei-lo: “É<br />

impossível separar a teoria evolucionista da religião, porque as próprias idéias da<br />

evolução e as formulações iniciais de Darwin foram influenciadas pela teologia<br />

protestante, em especial de William Paley, que incentivava o estudo da natureza, ou<br />

teologia natural, como forma de reverenciar o Criador. Registros manuscritos de<br />

Darwin, não destinados a publicação, revelam a evolução de suas idéias e a influência<br />

que recebeu dos teólogos até os idos de 1844.<br />

Dedicando-se aos estudos da geologia e da botânica, depois de desistir da<br />

medicina e ir descartando a idéia de tornar-se presbítero, como a família pretendia,<br />

começa a esboçar uma visão evolucionista com base na doutrina de que tudo no mundo é<br />

harmonia e pressupõe alguém muito poderoso que o fez..." 22<br />

É isso!<br />

21

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