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algumas expressões, como o arrepiar dos cabelos sob a influência de terror extremo, ou<br />

mostrar os dentes quando furioso ao extremo, dificilmente podem ser compreendidas<br />

sem a crença de que o homem existiu um dia numa forma mais inferior e ani-malesca. A<br />

partilha de certas expressões por espécies diferentes ainda que próximas, como na<br />

contração dos mesmos músculos faciais durante o riso pelo homem e por vários grupos<br />

de ma-cacos, torna-se mais inteligível se acreditarmos que ambos descendem de um<br />

ancestral comum. Aquele que admitir que, no geral, a estrutura e os hábitos de todos os<br />

animais evoluíram gradualmente, abordará toda a questão da Expressão a partir de<br />

uma perspectiva nova e interessante.” 235<br />

Já no seu “A Origem do Homem e a Seleção Sexual”, esse entendimento torna-se<br />

ainda mais evidente: “Até aqui tenho considerado somente o progresso do homem, saindo<br />

de uma condição semi-humana para aquela do moderno selva-gem. Merece que se<br />

acrescentem algumas referências a propó-sito da ação da seleção natural nas ações<br />

civilizadas. Este tema tem sido discutido com habilidade por W. R. Greg e anteriormente<br />

por Wallace e por Galton. Muitas das minhas observações são extraídas destes três<br />

autores. Nos selvagens, as fraquezas do corpo e da mente são imediata-mente<br />

eliminadas; aqueles que sobrevivem, apresentam nor-malmente um vigoroso estado de<br />

saúde.” E mais adiante: “No caso das estruturas corpóreas, o fator que contribui para um<br />

progresso de uma espécie é a sele-ção de indivíduos ligeiramente mais dotados e a<br />

eliminação daqueles menos dotados, e não a conservação de anomalias fortemente<br />

acentuadas e raras. O mesmo se dará com as faculdades intelectuais, visto que os homens<br />

um pouco mais hábeis em qualquer grau da sociedade têm melhor êxito do que os menos<br />

hábeis e, conseqüentemente, progridem em número, quando não são obstaculados de um<br />

outro modo. Quando numa nação o nível de inteligência e o número de pessoas<br />

inteligentes cresceram, de acordo com a lei do desvio da média, podemos contar com o<br />

aparecimento dos gênios com um pouco mais de frequência do que antes” (p. 164). E,<br />

para completar: “A julgar de tudo o que sabemos do homem e dos animais inferiores,<br />

sempre tem havido uma sufi-ciente variabilidade em suas faculdades morais e<br />

intelectuais para um progresso seguro através da seleção natural.” 236<br />

É isso!<br />

Darwinismo e tubos de ensaio<br />

São simplesmente absurdos os erros que a<br />

imprensa comete quando se põe na defesa de Charles<br />

Darwin. Num artigo recente (“Design Inteligente<br />

ganha espaço no Brasil”) de autoria de Isis Nóbile<br />

Diniz, publicado no portal IG, na sua seção de<br />

ciência, algo chama a atenção, e que talvez possa<br />

explicar porque “os engomadinhos” da mídia<br />

colocam-se contra aqueles que se opõem à cadeia de<br />

força imposta pelo darwinismo. Lá pelas tantas,<br />

escreveu a autora: “Pesquisas feitas no mundo inteiro constatam que, quanto maior a<br />

renda e o grau de instrução das pessoas, mais elas acreditam no darwinismo.” 237<br />

O primeiro erro é básico, e diz respeito às fontes das pesquisas as quais atestariam<br />

que as pessoas mais ricas e mais instruídas optam pelo darwinismo: onde estão elas? O<br />

segundo erro advém deste, ou seja, imaginar que o darwinismo, por ser aceito pelos “mais<br />

instruídos” e “mais ricos” seja a expressão da verdade. Mesmo que essas supostas<br />

pesquisas existam e reflitam a realidade, isso em nada nos diz que a Seleção Natural possa<br />

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