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Teilhard prossegue com suas ideias sobre o "enigma psicológico" (ou quem-fez-isso).<br />

Concorda, como todos os outros, em descartar Smith Woodward, mas também recusa<br />

implicar Dawson, escudando-se no seu conhecimento do caráter e das capacidades deste<br />

último: "Era um sujeito metódico e entusiástico ... Além disso, sua profunda amizade<br />

para com Sir Arthur torna quase impensável que ele tenha sistematicamente enganado<br />

seu sócio durante vários anos. Quando estávamos no campo, nunca reparei nada de<br />

suspeito no seu comportamento." Teilhard termina sugerindo, indiferentemente à sua<br />

própria confissão, que o caso poderia não ter passado de um acidente, originado por um<br />

colecionador amador que teria lançado fora alguns ossos de macaco num fosso que<br />

também continha alguns fragmentos de crânio humano (embora Teilhard não nos diga<br />

de que maneira uma hipótese dessas poderia explicar a mesma associação, a duas milhas<br />

de distância, no segundo sítio de Piltdown)." 139<br />

E agora o caso contado por Newton Freire-Maia:<br />

"A história toda começou em meados de 1912, quando um advogado que, como<br />

amador, também era arqueologista e geólogo (Charles Dawson), levou a um reputado<br />

cientista do Museu de História Natural, em Londres (A. Smith Woodward), alguns<br />

fragmentos de crânio humano de cor marrom, dentes fossilizados de hipopótamo e<br />

elefante, e grosseiros artefatos de pedra. Tinham sido encontrados, segundo informação<br />

do geólogo amador, por operários que faziam escavações com o fim de obter cascalho<br />

para a construção de estradas em Piltdown.<br />

[...]<br />

Em dezembro do mesmo ano, o primeiro trabalho sobre o assunto atingiu a<br />

comunidade científica: foi apresentado em co-autoria dos dois ingleses, durante uma<br />

reunião da Geological Society de Londres.<br />

[...]<br />

Nos anos subseqüentes, Dawson continuou a escavar nas vizinhanças do local,<br />

tendo encontrado mais fósseis e implementos semelhantes. Apesar do suposto<br />

predecessor do Homem moderno ter características que destoavam totalmente dos<br />

demais fósseis até então conhecidos, o fato de apresentar grande desenvolvimento<br />

craniano ao lado de uma mandíbula evolutivamente atrasada atendia a aspirações de<br />

um grupo de cientistas: a evolução humana teria se dado, inicialmente, pelo cérebro, só<br />

mais tarde tendo atingido o maxilar inferior. Se bem que, para outros cientistas, a<br />

associação, num mesmo indivíduo, de um crânio “humano” com uma mandíbula simiesca<br />

não parecesse absurda, surgia, no entanto, como muito pouco provável. O mais razoável<br />

seria aceitar coma artificial a reunião estranha que levou à criação do “Homem de<br />

Piltdown”; ali deveria haver parte de Homo e parte de um macaco antropóide. O mais<br />

célebre defensor dessa posição, já em 1915, foi o grande paleontologista francês Marcellin<br />

Boule.<br />

168

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