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Alternativas ao mito gradualista<br />
“Se o gradualismo é mais um produto do<br />
pensamento ocidental do que um fato da natureza,<br />
não seria então razoável considerar filosofias<br />
alternativas de mudança para ampliar o nosso<br />
universo de preconceitos constrangedores?”,<br />
questiona Stephen Jay Gould, em seu livro “O<br />
Polegar do Panda.” 337<br />
Não obstante esta contundente crítica de Gould ao gradualismo rígido e estrito do<br />
neodarwinista, é bom deixar claro que este paleontólogo em nenhum momento negou a<br />
existência da evolução! O que ele negou e sempre criticou foi o mito gradualista da teoria<br />
sintética darwinista, que afirma ter havido uma exclusividade na transformação lenta e<br />
gradual das espécies, através do mecanismo de seleção natural agindo sobre os genes.<br />
Mas, o que, afinal, levou Gould a se tornar um dos principais oponentes do<br />
gradualismo neodarwinista, tecendo duras críticas ao que ele denominou de “mais um<br />
produto do pensamento ocidental”?<br />
A resposta é simples, e pode ser resumida no fato de que o neodarwinismo<br />
simplesmente não consegue explicar as lacunas que aparecem no registro fóssil. Sim,<br />
porque se a vida evoluiu de maneira estritamente gradual, ou seja, lentamente em um<br />
longo espaço de tempo, então seria de se esperar que se encontrasse no registro fóssil a<br />
lenta transformação das espécies, as quais certamente seriam de algum modo semelhantes<br />
com as espécies das quais descenderam, e, igualmente, com as espécies que originaram, o<br />
que inequivocamente forneceria um registro gradual das criaturas transicionais. Todavia,<br />
eis o escandaloso FATO: não há registros de criaturas transicionais.<br />
Sobre isto, comenta Anderson Barbosa Felizardo, em sua dissertação denominada<br />
“Críticas Atuais ao Neodarwinismo: A Ampliação da Janela Explicativa da Teoria Evolutiva<br />
Contemporânea” 338 : “Essa questão levanta a polêmica de que a maior parte das<br />
evidências fósseis encontradas até agora negam a transformação gradual de um<br />
organismo em outro - o gradualismo evolutivo defendido pela teoria sintética e que é um<br />
dos pilares dessa teoria - pois não existem dados paleontológicos que permitam observar<br />
a evolução gradual das espécies. O que a nova interpretação dos fósseis nos mostra, pelo<br />
contrário, é a transformação súbita de umas espécies em outras.” Cientes deste grave<br />
dilema darwinista, Gould e Eldredge propuseram uma alternativa, a que deram o nome de<br />
“Equilíbrio Pontuado”: “A tese de Gould e Eldredge é a de que as espécies estão em<br />
equilíbrio ao longo de sua existência, porém este equilíbrio aparece pontuado por<br />
Períodos rápidos de especiação (êxtase), quer dizer, formação rápida de novas espécies<br />
em pequenas povoações marginais, forçadas pela necessidade de sobrevivência, a se<br />
transformar. É nestes períodos que se acumulam a maior parte das mudanças<br />
evolutivas. É o que Gould chama de evolução aos saltos, exatamente o oposto do que<br />
defende a teoria sintética com sua perspectiva gradualista.<br />
A aparição súbita de novas estruturas fósseis reflete o fato de que sua formação<br />
acontece através de períodos de explosão evolutiva, depois dos quais as espécies sofrerão<br />
poucas transformações durante milhões de anos. É o que sustenta o equilíbrio pontuado:<br />
após uma existência de vários milhões de anos em equilíbrio uma espécie deixa de existir<br />
repentinamente, sem transição aparente, e cede seu lugar para uma nova espécie com<br />
características nitidamente diferentes. Em outras palavras, períodos de equilíbrio<br />
evolutivo são entrecortados por períodos de especiações rápidas.”<br />
Contudo, o grande problema da tese Gould e Eldredge, é que não consegue uma<br />
explicação factual para os mecanismos de complexidade irredutíveis encontrados nas<br />
“máquinas biológicas.” Para isso surgiu a alternativa mais convincente e plausível,<br />
denominada Teoria de Design Inteligente (Tedeísmo), proposta inicialmente por Michael<br />
Behe e William A. Dembski: "No passado pensava-se que a base da vida era<br />
extraordinariamente simples. Essa ideia foi demolida. Verificou-se que a visão, os<br />
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