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eminentes como Richard Owen e Louis Agassiz) a encaravam com toda a seriedade. O<br />

fato não é tão absurdo como se pode pensar. Pois a crença nas criações separadas não<br />

excluía a ideia de uma sucessão de formas vivas segundo séries progressivas." [...]<br />

"Assim, a tarefa de Darwin consistia essencialmente em descobrir que mecanismos<br />

permitiriam a uma espécie engendrar outra. Somente sob essa condição seria possível<br />

acabar com as ilusões dos criacionistas.” 17<br />

É isso!<br />

O mito da originalidade de<br />

Darwin<br />

Impressiona o fato de boa parcela dos<br />

devotos de Charles Darwin ignorar os eventos<br />

que antecederam à divulgação das teorias deste<br />

naturalista. Muitos, por puro deslumbramento,<br />

vêem Darwin como o ícone exclusivo da<br />

“evolução.” Esquecem-se ou mais<br />

acertadamente desconhecem o fato de que o<br />

conceito de “evolução”, ou seja, mudanças no<br />

decorrer do tempo, não nasceu com o “A Origem<br />

das Espécies.” Em vez disso, porém, refere-se a um fenômeno cultivado inclusive na antiga<br />

Grécia.<br />

Muitos estudiosos apontam os gregos Empédocles (que viveu de 490 a 430 a.C.) e<br />

Heráclito (que morreu por volta de 480 a.C.) como aqueles que primeiro conceberam a<br />

idéia de evolução. Esta questão foi muito bem abordada por José Osvaldo de Meira Penna,<br />

em seu interessantíssimo livro “Polemos: uma análise crítica do darwinismo”, publicado<br />

pela conceituada editora Universidade de Brasília: 18<br />

"A mitologia grega — podemos inicialmente assinalar — registra personagens e<br />

episódios que sugerem uma vaga intuição do fenômeno da evolução. Insinuam, pelo<br />

menos, a idéia de uma certa comunidade de origem do homem com toda a vida do<br />

planeta. Se é verdade que a concepção do mundo helênica comportava, essencialmente,<br />

uma crença na degenerescência ou queda da perfeição original, crença implícita no mito<br />

da Idade de Ouro, algumas lendas merecem atenção no sentido de induzirem a<br />

possibilidade de progresso na espécie humana, ou de um salto do animal para o<br />

homem”... “Seres meio-animais, meio-homens, existiam em abundância na mitologia<br />

grega: os centauros, as amazonas, as sereias, os sátiros, a Esfinge que procede do Egito,<br />

o Minotauro que recorda a civilização de Creta, etc.”<br />

[...]<br />

“Na recorrência cíclica das idades que Empédocles parece conceber, de acordo<br />

aliás com a crença geralmente dominante em sua época, encontramo-nos, nós homens<br />

incompletos, num período de desordem e decadência. Uma conjuntura provocada por<br />

neikos. Na fase lamentável do presente é que ocorre a seleção entre os seres monstruosos<br />

e os seres adequadamente adaptados. Empédocles chegou a uma espécie de teoria da<br />

evolução pelo exercício da experiência e do erro. Infelizmente, nas lutas que também<br />

afetaram os documentos históricos e as obras dos grandes gênios da Antiguidade, não<br />

sobreviveram em número suficiente fragmentos que nos oferecessem uma descrição<br />

pormenorizada do processo por ele sugerido. Eis por que não é de admirar haja sido<br />

nosso charlatão-cientista-filósofo-poeta-místico descrito como um precursor da teoria<br />

evolucionista de seleção natural.”<br />

19

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