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Inicialmente, é bom que se diga que Wallace, ao contrário de Darwin, rejeitou a<br />

idéia de que a mente humana pudesse ter sido derivada de primatas. Para ele apenas a<br />

espiritualidade poderia explicar esse complexo fenômeno. Espiritualidade?<br />

Opa! Então isto comprometeria à ideologia materialista emergente? Eis aí uma boa<br />

suspeita!<br />

Em 1855, Wallace publicou um ensaio concernente à distribuição geográfica das<br />

espécies que remetia fortemente ao conceito de evolução. Darwin, temendo que sua<br />

“originalidade” fosse superada, apressou rapidamente a publicação de seu “A Origem das<br />

Espécies”, em 1858. E, com o amplo apoio de Lyell, Hooker e ideólogos positivistas e<br />

naturalistas “deixou à vida para entrar na história.”<br />

É isso!<br />

A grande façanha de Darwin<br />

O grande mérito de Darwin não foi o de ter descoberto<br />

a “evolução” (tal conceito já existia remotamente já os antigos<br />

gregos); também não foi o de ter trazido à tona o conceito de<br />

“seleção Natural” (em 1931 Patrick Matthew já havia<br />

publicado sua versão da seleção natural); nem muito menos<br />

foi o de ter legado ao mundo uma invenção ou descoberta que<br />

culminasse em melhoria na condição humana etc.<br />

A grande façanha de Darwin foi ter oferecido à<br />

sociedade inglesa e, consequentemente, à Europa e o resto<br />

mundo, uma alternativa ao fixismo bíblico que imperava no<br />

âmbito acadêmico até então. Em seu livro “A Origem do<br />

Homem e a Seleção Sexual” o próprio naturalista confessa ter<br />

prestado um bom serviço ao “colocar por terra o dogma das criações separadas.” Escreveu<br />

ele: "Alguns daqueles que admitem o princípio da evolução, mas rejeitam a seleção<br />

natural, ao tecerem críticas ao meu livro parecem esquecer que eu tinha pelo menos dois<br />

objetivos em mente. Com efeito, se me equivoquei ao atribuir à seleção natural uma<br />

excessiva importância, a qual hoje estou bem longe de admitir, ou se lhe exagerei o poder<br />

que em si mesmo é provável, pelo menos espero ter prestado um bom serviço, ajudando a<br />

pôr por terra o dogma das criações separadas." 5<br />

Sobre isso, comenta Bertrand Russel, em “A Perspectiva Científica”: “Deixando de<br />

lado os detalhes científicos, podemos afirmar que a importância de Darwin reside no fato<br />

de ele ter levado os biólogos e, através deles, o público em geral, a abandonar a sua<br />

crença anterior na imutabilidade das espécies, e a aceitar o ponto de vista de que todas<br />

as diferentes espécies de animais se desenvolveram, por variação, a partir de um<br />

ancestral comum. Exatamente como qualquer outro inovador dos tempos modernos,<br />

Darwin teve de lutar contra a autoridade de Aristóteles. É preciso que se diga que a<br />

existência do estagirita constituiu uma das grandes infelicidades da humanidade.<br />

Atualmente, o ensino de Lógica em muitas universidades está cheio de incongruências,<br />

que são devidas ao sábio grego. Antes de Darwin, os biólogos acreditavam que um gato<br />

ideal, um cão ideal etc., tinham sido concebidos no céu, o que significaria que os nossos<br />

gatos e cachorros atuais deveriam ser considerados como cópias mais ou menos<br />

imperfeitas desses protótipos celestiais. Cada espécie correspondia a uma idéia diferente<br />

na mente divina, e, portanto, não poderia haver nenhuma transição de uma espécie a<br />

outra, porque cada espécie tinha resultado de um ato de criação separado...” (Companhia<br />

Editora Nacional, p. 38).<br />

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