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Lembrando ainda que, para Herbert Spencer, mediante uma contínua marcha do<br />

homogêneo para o heterogêneo, os seres tornam-se cada vez mais diferenciados e<br />

complexos, de maneira que sua existência, relacionada com os meios de conservação,<br />

progride em permanente luta, em que triunfam os "mais aptos.” O europeu ao fazer<br />

sucumbir uma determinada tribo africana que se rebelou contra sua autoridade, apenas<br />

exerceu o "legítimo" direito de prevalecer sobre "os mais fracos.” O darwinismo social<br />

desta forma ofereceu forte munição aos imperialistas que se sentiam assim justificados em<br />

sua ganância pelo vil metal em terra alheias.<br />

É isso!<br />

O Espiritismo de Allan Kardec no seu<br />

contexto histórico<br />

O que poderia haver em comum entre os livros “A<br />

Origem das Espécies” de Darwin e “O Livro dos Espíritos”<br />

de Allan Kardec?<br />

Os pontos, a seguir, em vez de meras coincidências,<br />

parecem estreitar, em aspectos específicos, um e outro. Por<br />

exemplo:<br />

1. Ambos foram publicados num mesmo contexto histórico.<br />

“O Livro dos Espíritos” em 1857, e “A Origem das Espécies”<br />

(“Sobre a Origem das Espécies por Meio da Selecção Natural<br />

ou a Preservação de Raças Favorecidas na Luta pela Vida”) em 1859. Ou seja, apenas dois<br />

anos de diferença de um para o outro;<br />

2. Ambos estão inseridos no mesmo período em que floresceram os ideais do Positivismo,<br />

de Augusto Comte, que, em 1848, publicou o seu “Discurso sobre o espírito positivo”; e do<br />

evolucionismo de Herbert Spencer, o criador da expressão “sobrevivência do mais apto” e<br />

autor, entre outros, do livro “A Estética Social”, de 1850;<br />

3. Ambos fazem parte do mesmo instante em que floresciam ideais do pureza racial, como<br />

aqueles defendidos pelo primo de Darwin, Francis Galton, o criador da Eugenia e autor da<br />

obra "Hereditary Genius", de 1869.<br />

A consequencia de todos esses fatos amalgamados entre si resultou num ponto<br />

essencial nas ideologias de ambos os personagens: o progresso. Darwin trabalhando com o<br />

natural e o social, e Kardec com o sobrenatural e o social.<br />

Outro aspecto comum tanto em Darwin como em Kardec, diz respeito à crença na<br />

existência de estágios evolucionários no processo de desenvolvimento da humanidade.<br />

Enquanto Darwin enfatizava a questão sob a égide do naturalismo, Kardec a explorava à<br />

luz do espiritismo, e ambos centrados no mesmo ideal de superioridade do homem branco<br />

e “civilizado.”<br />

Especificamente em relação a Allan Kardec, os trechos a seguir, extraídos do seu<br />

“Livro dos Espíritos” 350, exemplifica um pouco a questão do “progresso” sob uma lógica do<br />

espiritual.<br />

TRECHO 1:<br />

Será possível que um homem de raça civilizada reencarne, por exemplo, numa<br />

raça de selvagens?<br />

“É; mas depende do gênero da expiação. Um senhor, que tenha sido de grande<br />

crueldade para os seus escravos, poderá, por sua vez, tornar-se escravo e sofrer os maus<br />

tratos que infligiu a seus semelhantes. Um, que em certa época exerceu o mando, pode,<br />

em nova existência, ter que obedecer aos que se curvaram ante a sua vontade. Ser-lhe-á<br />

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