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Embora a galera de Darwin tenha comemorado com muitos "vivas!" este<br />
lançamento, o fato é que, pela simples análise de um de seus livros, "A Origem do<br />
Homem", é possível no mínimo desmontar esta ficção. Se não vejamos...<br />
DARWIN E A ESCRAVIDÃO<br />
Segundo Nélio Bizzo, um profundo conhecedor dos originais do naturalista inglês,<br />
"Darwin era um cidadão orgulhoso de sua nacionalidade” 57 . O mesmo Darwin<br />
constantemente se refere à sua nação, a Inglaterra, como um verdadeiro exemplo<br />
civilização. Até aí, nada demais, afinal, não poderia esperar outra postura de um inglês<br />
naquela era vitoriana. Todavia, como é amplamente conhecido, os ingleses mantinham<br />
uma postura firme contra o tráfico negreiro, obviamente por ser isso um impedimento à<br />
sua expansão industrial: "Para o Brasil, a extinção do tráfico negreiro não foi um fato<br />
isolado na sua vida econômica: ao contrário, ela correspondeu às exigências da<br />
expansão industrial da Inglaterra.” 58<br />
Levando em conta, portanto, o nacionalismo de Darwin e a postura de sua pátria no<br />
que concerne à escravidão, seria de esperar que o naturalista se opusesse com naturalidade<br />
aos intentos de sua amada nação, isto é, que se colocasse contra a escravidão?<br />
Nélio Bizzo, porém, (um darwinista da USP) vai mais longe a respeito dos objetivos<br />
de Darwin, até surpreendendo: “Sua tarefa parecia consistir em observar, reconhecer os<br />
ambientes economicamente importantes para a Coroa Inglesa. Já naquela altura as<br />
matérias-primas eram cada vez mais necessárias para um país que passava por uma<br />
revolução industrial.” 59<br />
Ademais, Darwin, como um amante da natureza, nutria forte interesse por toda<br />
forma de ser vivo. Desta forme pode-se especular que sua postura contra os maus tratos<br />
aos negros poderia ser apenas uma reação contra o mau trato a um ser vivo. Sim, pois<br />
como é sabido, para Darwin o negro estava em posição de inferioridade na escala evolutiva,<br />
afirmando inclusive (do livro “A Origem do Homem e a Seleção Sexual”): “Em algum<br />
período futuro não muito distante se medido em séculos, as raças civilizadas do homem<br />
exterminarão e substituirão, quase com certeza, as raças selvagens no mundo todo. Ao<br />
mesmo tempo, os macacos antropomorfos... serão sem dúvida exterminados. A brecha<br />
entre o homem e seus parentes mais próximos será ainda mais larga, pois ela se abrirá<br />
entre o homem num estado ainda mais civilizado, esperamos, do que o próprio<br />
caucasiano, e algum macaco tão inferior quanto o babuíno, em vez de, como agora, entre<br />
o negro ou o australiano e o gorila.” 60<br />
Por exemplo, no seu livro anteriormente citado algumas passagens por ele escritas<br />
tornam-no bastante comprometido nesta sua "causa sagrada", como:<br />
1 - Comparando-os aos símios:<br />
"Num capítulo anterior vimos que as capacidades mentais dos animais superiores<br />
não diferem em qualidade, embora sejam de grau muito diverso, das capacidades<br />
mentais dos homens, especialmente das raças inferiores e bárbaras; e parece que<br />
também o seu senso do belo não é muito diferente daquele dos quadrúmanos. Com efeito,<br />
os negros da África transformam o rosto com rugas paralelas "ou cicatrizes sobre a<br />
superfície natural, porque estas horrendas deformações são consideradas atrativos<br />
pessoais"; do mesmo modo como os negros e os selvagens de muitas partes do mundo<br />
pintam o rosto com sinais vermelhos, azuis e brancos, assim parece que o macho do<br />
mandril africano adquiriu o seu focinho rugoso e vivamente colorido a fim de se tornar<br />
atraente para a fêmea” (p. 625).<br />
"Quando estão excitados os negros africanos começam a cantar: "Outro negro lhe<br />
responderá cantando, e os presentes, se tocados por essa onda musical, farão coro<br />
uníssono" . Também o símio exprime fortes sentimentos em diversos tons: a raiva e a<br />
impaciência, com os tons baixos; o medo e a dor, com os altos . As sensações e as ideias<br />
que a música desperta em nós, ou expressadas pela cadência oratória, por sua beleza e<br />
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