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imagens de brasilidade nas canções de câmara de lorenzo fernandez

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<strong>de</strong>senhos, pinturas, gravuras, fotografias e <strong>imagens</strong> cinematográficas ou televisivas. Para a<br />

autora, neste sentido, estas <strong>imagens</strong> são “objetos materiais, signos que representam o nosso<br />

meio ambiente visual”. O segundo é o domínio imaterial das <strong>imagens</strong> na nossa mente.<br />

Santaella nos diz que neste domínio as <strong>imagens</strong> aparecem como “visões, fantasias,<br />

imaginações, esquemas, mo<strong>de</strong>los ou, em geral, como representações mentais”. Imagens<br />

mentais ou materiais encontram-se ligadas em sua formação, ou, <strong>nas</strong> palavras da autora:<br />

122<br />

Ambos os domínios da imagem não existem separados, pois estão<br />

inextricavelmente ligados já na sua gênese. Não há <strong>imagens</strong> como representações<br />

visuais que não tenham surgido <strong>de</strong> <strong>imagens</strong> na mente daqueles que as<br />

produziram, do mesmo modo que não há <strong>imagens</strong> mentais que não tenham<br />

alguma origem no mundo concreto dos objetos visuais (SANTAELLA, 2001, p.<br />

15).<br />

As <strong>imagens</strong> mentais são matéria <strong>de</strong> pesquisa da neurociência. Neste domínio,<br />

além das <strong>imagens</strong> visuais, outras modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> imagem são enfocadas, como por<br />

exemplo, as <strong>imagens</strong> sonoras ou <strong>imagens</strong> <strong>de</strong> movimento. O neurocientista Antônio<br />

Damásio (2002, p.123) nos oferece i<strong>de</strong>ias esclarecedoras que abordam o processo <strong>de</strong><br />

formação <strong>de</strong> <strong>imagens</strong> em nossa mente. Segundo o cientista, o conhecimento factual (para o<br />

raciocínio e para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões) chega à mente sob a forma <strong>de</strong> <strong>imagens</strong>. Ao olhar<br />

para uma paisagem, ouvir uma música ou ler um livro, um indivíduo estará formando<br />

<strong>imagens</strong> <strong>de</strong> modalida<strong>de</strong>s sensoriais diversas. As <strong>imagens</strong> assim formadas chamam-se<br />

<strong>imagens</strong> perceptivas. Se o indivíduo <strong>de</strong>sviar seus pensamentos do que estiver fazendo e<br />

pensar em uma coisa qualquer, também estes pensamentos são constituídos <strong>de</strong> <strong>imagens</strong>,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> serem compostas por formas, cores, movimento, sons ou palavras faladas<br />

ou omitidas. Essas <strong>imagens</strong> que vão ocorrendo à medida que evocamos uma recordação <strong>de</strong><br />

coisas do passado ou imaginamos algo que po<strong>de</strong>ria ocorrer no futuro, são por ele<br />

<strong>de</strong>nominadas <strong>imagens</strong> evocadas, em oposição às <strong>imagens</strong> <strong>de</strong> tipo perceptivo.<br />

Para Damásio, as <strong>imagens</strong> mentais evocadas são construções momentâneas,<br />

“tentativas <strong>de</strong> réplica”, <strong>de</strong> padrões que já foram experienciados. Essas <strong>imagens</strong> evocadas<br />

ten<strong>de</strong>m a ser retidas na consciência ape<strong>nas</strong> <strong>de</strong> forma passageira e, embora possam parecer<br />

boas réplicas, são, segundo o autor, frequentemente imprecisas ou incompletas. A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

que não po<strong>de</strong>mos guardar <strong>imagens</strong> permanentes em nossa mente <strong>de</strong>ve ser reconciliada com<br />

a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que “po<strong>de</strong>mos sempre evocar, nos olhos ou ouvidos <strong>de</strong> nossa mente, <strong>imagens</strong><br />

aproximadas do que experienciamos anteriormente” (2002, p. 128).

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