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imagens de brasilidade nas canções de câmara de lorenzo fernandez

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os períodos nacionalistas, compreen<strong>de</strong>ndo o contexto histórico também como uma<br />

construção sempre submetida a novas mo<strong>de</strong>lações. Assim, no Capítulo 1, apresentamos<br />

uma contextualização histórico-estilística do mo<strong>de</strong>rnismo nacionalista e questionamos<br />

paradigmas duais como o nacional e o universal, e o erudito e o popular. Pesquisamos a<br />

formação <strong>de</strong> brasilida<strong>de</strong> na música brasileira nacionalista, abordando dois pontos<br />

fundamentais: a utilização <strong>de</strong> procedimentos próprios da escrita musical, abrangendo<br />

questões estilísticas, e o diálogo entre as classes cultas, <strong>de</strong>tentoras do conhecimento da<br />

escrita musical dita erudita, e as classes populares com suas tradições orais. Apresentamos<br />

o compositor Lorenzo Fernan<strong>de</strong>z inserido no contexto nacionalista e dispomos sobre as<br />

características estilísticas <strong>de</strong> sua escrita. O contexto artístico nacionalista, suas<br />

características estilísticas, sociais e políticas nos permitirão a construção <strong>de</strong> hipóteses<br />

poiéticas exter<strong>nas</strong> 5 que nos auxiliem na interpretação das <strong>canções</strong> <strong>de</strong> Lorenzo Fernan<strong>de</strong>z e<br />

na averiguação <strong>de</strong> suas <strong>imagens</strong> <strong>de</strong> brasilida<strong>de</strong>. Por uma questão metodológica, optamos<br />

por colocar nosso foco sobre Lorenzo Fernan<strong>de</strong>z, para po<strong>de</strong>rmos abordar um maior<br />

número <strong>de</strong> poetas e composições.<br />

Para <strong>de</strong>senvolvermos nossa tese <strong>de</strong> que a canção po<strong>de</strong> criar <strong>imagens</strong>,<br />

apresentamos, no Capítulo 2, um arcabouço teórico-instrumental para construir o objeto<br />

canção e pensar sobre sua interpretação. Propomos a canção como uma dupla tradução,<br />

levando em conta os processos para a sua produção e para a sua recepção, estabelecendo a<br />

canção como um texto multimídia. Discorremos a respeito da atitu<strong>de</strong> criativa e <strong>de</strong> método<br />

para estabelecer priorida<strong>de</strong>s em sua tradução. Abordamos as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> construção<br />

<strong>de</strong> sentido em poesia e em música, valendo-nos das teorias tradutórias, das i<strong>de</strong>ias do<br />

linguista Louis Helmslev e da semiologia musical, e adotamos o mo<strong>de</strong>lo tripartite da<br />

semiologia musical <strong>de</strong> J.J. Nattiez para conectar obra, autor e intérprete. Por fim,<br />

estabelecemos paralelos entre as noções <strong>de</strong> tradução e a interpretação musical. Com isso,<br />

estabelecemos as bases teóricas para propor a imagem como operador conceitual, um<br />

conceito transversal para pensar a significação em poesia e em música, possibilitando a<br />

conexão dos elementos heterogêneos presentes na canção. Partimos das i<strong>de</strong>ias do mosaico<br />

e da re<strong>de</strong> para pensar como se inter-relacionam as múltiplas <strong>imagens</strong> na canção e<br />

propomos uma <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> imagem - percebida ou evocada, e consi<strong>de</strong>rada por meio <strong>de</strong><br />

um processo ativo <strong>de</strong> percepção - que se esten<strong>de</strong> às diversas categorias sensoriais. A<br />

5 Fazemos aqui referência aos três níveis do objeto simbólico: poiético, imanente e estésico, <strong>de</strong> acordo com o<br />

mo<strong>de</strong>lo tripartite da semiologia musical <strong>de</strong> Jean Molino e J.J. Nattiez, que abordaremos no Capítulo 2 <strong>de</strong>sta<br />

tese.<br />

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