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imagens de brasilidade nas canções de câmara de lorenzo fernandez

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qualida<strong>de</strong>s sonoras. Assim, o brilho, a luz, a cor <strong>de</strong> um acor<strong>de</strong>, <strong>de</strong> uma harmonia ou <strong>de</strong><br />

uma vogal enquadram-se nesta relação icônica metafórica.<br />

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Brilho, luz e cor po<strong>de</strong>m também ser consi<strong>de</strong>rados como elementos plásticos. A<br />

plasticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma forma sonora, por exemplo, diz respeito a categorias sensoriais<br />

diversas evocadas, não ape<strong>nas</strong> a visão, mas também ao tato, que percebe diferentes<br />

texturas. A dureza ou a liqui<strong>de</strong>z <strong>de</strong> um som, como signo icônico, transitam entre as<br />

subcategorias imagem e metáfora, quando se aproximam mais ou menos <strong>de</strong> referentes reais<br />

como o barulho da água ou <strong>de</strong> choques abruptos.<br />

Como parte da plasticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma forma musical encontram-se elementos que<br />

dizem respeito à construção do espaço e às características <strong>de</strong>sse espaço, como sua gran<strong>de</strong>za<br />

ou sua forma. A imagem espacial na música e na poesia é construção que justapõe <strong>imagens</strong><br />

que po<strong>de</strong>m tanto estar ligadas aos sentidos da visão e do tato como à percepção do<br />

movimento corporal em relação a um espaço – percepção cinestésica – e ainda a sensações<br />

<strong>de</strong> equilíbrio e <strong>de</strong> propriocepção. Cabem aqui algumas consi<strong>de</strong>rações sobre a construção da<br />

noção <strong>de</strong> espaço em música.<br />

Sabemos que um evento sonoro se caracteriza por sua existência no tempo, e<br />

que, assim sendo, a experiência da percepção musical necessita da coor<strong>de</strong>nada tempo para<br />

se concretizar. Mas o som é também elemento que se propaga no espaço. Ondas <strong>de</strong> pressão<br />

e <strong>de</strong>scompressão <strong>de</strong> ar causadas por uma fonte sonora em vibração atingem nossos<br />

tímpanos e são percebidas como som. O som se propaga no ar, na água, em corpos sólidos.<br />

A localização e a mobilida<strong>de</strong> da fonte sonora são <strong>de</strong>terminantes no processo <strong>de</strong><br />

caracterização <strong>de</strong> um som. Com base em suas consi<strong>de</strong>rações analíticas do espaço <strong>nas</strong><br />

formas sonoras, o teórico argentino Dante Grela (2008, p.89) propõe a classificação da<br />

música como arte espaciotemporal. Para o autor, “tempo e espaço funcionam como<br />

referentes em função dos quais um evento sonoro é <strong>de</strong>finido quanto a sua localização”.<br />

Nossa visão e nosso tato percebem o espaço a nosso redor. Percebemos o<br />

espaço vazio no qual estamos imersos e percebemos os objetos localizados <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sse<br />

espaço. A partir da percepção do espaço vazio e dos objetos, estáticos ou em movimento,<br />

construímos nossas noções <strong>de</strong> distância, <strong>de</strong> tamanho e <strong>de</strong> localização.<br />

No universo sonoro, po<strong>de</strong>mos ter uma noção <strong>de</strong> espacialida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá<br />

da localização das fontes sonoras em relação a um ouvinte. Por outro lado, po<strong>de</strong>mos ter<br />

também sensações <strong>de</strong> espaço, causadas por <strong>de</strong>terminadas configurações sonoras resultantes<br />

da organização <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados parâmetros musicais, particularmente a altura e a

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