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imagens de brasilidade nas canções de câmara de lorenzo fernandez

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acaso”, conforme nos diz Wan<strong>de</strong>r Miranda (1992, p.45). Além disso, esse trabalho po<strong>de</strong><br />

aliar-se à lógica e à pesquisa com o objetivo <strong>de</strong> atingir um grau mais aprofundado <strong>de</strong><br />

compreensão dos objetos <strong>de</strong> estudo.<br />

Nesta tese, para averiguarmos como uma canção po<strong>de</strong> traduzir uma certa i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> brasilida<strong>de</strong> e como as <strong>canções</strong> <strong>de</strong> Lorenzo Fernan<strong>de</strong>z constroem essas i<strong>de</strong>ias por meio<br />

<strong>de</strong> <strong>imagens</strong>, trabalharemos seguindo dois eixos principais <strong>de</strong> pesquisa.<br />

No primeiro eixo, <strong>de</strong> caráter histórico, social, político, cultural e estético,<br />

procuramos averiguar o sentido do nacional em música, a formação <strong>de</strong> brasilida<strong>de</strong> na<br />

música brasileira, as i<strong>de</strong>ologias que dirigiram os processos composicionais, a vasta<br />

heterogeneida<strong>de</strong> interna. Averiguamos também os motivos pelos quais a canção veio<br />

progressivamente se distanciando dos intérpretes e do público e apresentamos estratégias<br />

para sua revalorização.<br />

No segundo eixo <strong>de</strong> pesquisa, <strong>de</strong> caráter teórico, enfocamos estratégias<br />

específicas para abordagens interpretativas <strong>de</strong> um repertório tão amplo, diversificado e<br />

complexo, e <strong>de</strong>senvolvemos nossa hipótese <strong>de</strong> que a canção po<strong>de</strong> criar <strong>imagens</strong>. Nossa<br />

proposta é reunir elementos que nos permitam pensar como se constitui o objeto canção e<br />

como esse objeto po<strong>de</strong> ser percebido. O que preten<strong>de</strong>mos, em suma, é a construção <strong>de</strong><br />

sentido na canção. Devido à sua heterogeneida<strong>de</strong>, à sua articulação em re<strong>de</strong> e à<br />

necessida<strong>de</strong> do aporte transdisciplinar exigido do pesquisador intérprete, optamos por<br />

enfocar a canção por meio <strong>de</strong> algumas abordagens teórico-metodológicas, entre as quais as<br />

teorias tradutórias, elaboradas inicialmente por artistas escritores para refletir sobre a<br />

tradução <strong>de</strong> textos poéticos, especialmente as teorias <strong>de</strong> Walter Benjamin, Paul Valéry,<br />

Haroldo <strong>de</strong> Campos, Octavio Paz e Humberto Eco; a semiologia musical, adotando para<br />

tanto o mo<strong>de</strong>lo tripartite <strong>de</strong> Jean Molino e Jean Jacques Nattiez 4 , e a distinção dos<br />

diferentes níveis signicos formulada por Charles San<strong>de</strong>rs Peirce.<br />

Desta forma, para <strong>de</strong>monstrarmos que a canção <strong>de</strong> Lorenzo Fernan<strong>de</strong>z po<strong>de</strong><br />

traduzir certas i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> brasilida<strong>de</strong> por meio <strong>de</strong> <strong>imagens</strong>, tornou-se necessário averiguar as<br />

especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conformação do intertecido musical brasileiro para enten<strong>de</strong>rmos sua<br />

heterogeneida<strong>de</strong> e para verificarmos o que foi consi<strong>de</strong>rado o “nacional” em música durante<br />

4 Nattiez utiliza o termo semiologia com o mesmo sentido do termo semiótica, sendo que a utilização <strong>de</strong> tal<br />

termo não implica em filiação a alguma orientação epistemológica específica. Em verda<strong>de</strong>, Nattiez (Cf.<br />

Nattiez, 2002, p. 10) adota a concepção tripartite da semiologia proposta por Jean Molino, por sua vez<br />

fundamentada na concepção do signo formulada por Charles San<strong>de</strong>rs Peirce. A opção nesta tese pelo termo<br />

semiologia <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> ter sido este o termo adotado por Molino e Nattiez para <strong>de</strong>signar seus estudos<br />

sobre a música como forma simbólica.<br />

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