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imagens de brasilidade nas canções de câmara de lorenzo fernandez

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A Semana <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna, propositalmente marcada para acontecer no<br />

mesmo ano do centenário da In<strong>de</strong>pendência do Brasil - agendada após a “ban<strong>de</strong>ira<br />

futurista” dos artistas <strong>de</strong> São Paulo até o Rio <strong>de</strong> Janeiro com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conquistar<br />

outros intelectuais brasileiros ao movimento mo<strong>de</strong>rnista, entre eles Villa-Lobos, - tornava<br />

públicos os i<strong>de</strong>ais mo<strong>de</strong>rnistas <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência <strong>nas</strong> artes em vários sentidos, que po<strong>de</strong>m<br />

ser bem sintetizados pelo lí<strong>de</strong>r do grupo, Mário <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>: direito permanente à pesquisa<br />

estética, atualização da inteligência brasileira, estabelecimento <strong>de</strong> uma inteligência<br />

criadora nacional, pela unânime vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> cantar a natureza, a alma e as tradições<br />

brasileiras, e daí, banir para sempre os postiches (sic) da arte europeia (Cf. Neves, 1981,<br />

p.37).<br />

A Semana <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna vai inaugurar a chamada primeira fase do<br />

mo<strong>de</strong>rnismo brasileiro que durou aproximadamente até 1930, com o início da era Vargas.<br />

Nesta primeira fase, o movimento adota primeiramente uma atitu<strong>de</strong> combativa, contrária às<br />

técnicas <strong>de</strong> expressão consi<strong>de</strong>radas obsoletas. Falava-se no atraso do meio artístico e<br />

criticava-se o “passadismo”, representado, em linhas gerais, pelo romantismo, na música e<br />

pelo par<strong>nas</strong>ianismo, na poesia. Os mo<strong>de</strong>rnistas criticavam duramente a sujeição da música<br />

a intenções <strong>de</strong>scritivas, a grandiloquência e o sentimentalismo. Com relação à poesia,<br />

combatia-se o rigor das regras <strong>de</strong> metrificação e rima, além dos temas e vocabulário<br />

anacrônicos encontrados no par<strong>nas</strong>ianismo, responsáveis por tolher a liberda<strong>de</strong> e o po<strong>de</strong>r<br />

inventivo dos poetas. O mo<strong>de</strong>rnismo toma, ainda que nunca tenha se filiado diretamente,<br />

como mo<strong>de</strong>los que po<strong>de</strong>riam legitimar as propostas locais, os movimentos artísticos<br />

europeus, como o “futurismo” italiano ou as propostas do Grupo dos Seis em Paris, que<br />

criticavam irreverentemente o romantismo.<br />

Posteriormente, o tema da nação é introduzido nos <strong>de</strong>bates culturais e estéticos.<br />

De um modo geral, apesar da diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> correntes e i<strong>de</strong>ias, <strong>de</strong>fendia-se a reconstrução<br />

da cultura brasileira sobre bases nacionais, a promoção <strong>de</strong> uma revisão crítica do passado<br />

histórico e das tradições culturais e a eliminação do apego aos valores estrangeiros. A<br />

temática nacionalista gera uma mudança <strong>de</strong> tom no movimento. Fala-se, portanto, em<br />

momentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição e construção, <strong>de</strong> rompimento com velhos padrões e da edificação<br />

<strong>de</strong> uma arte apropriada aos novos tempos, alicerçada num passado e numa tradição ainda<br />

<strong>de</strong>sconhecidos dos artistas brasileiros (Cf. Travassos, 2000, p. 19-21).<br />

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