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EAESP/FGV/NPP - NÚCLEO DE PESQUISAS E PUBLICAÇÕES 145/243
programas mais utilizados entre as primeiras. À princípio, esses dados são
compatíveis com a abordagem da ARH e podem levar à conclusão de que o modelo
está realmente sendo implantado nessas empresas. No entanto, uma análise mais
atenta revela que 79% e 77% das empresas com estrutura RH registraram ter
programas de qualidade e planejamento estratégico, respectivamente, o que levanta
a questão: se a ARH se baseia na integração das políticas e atividades do
gerenciamento de pessoas aos objetivos de longo prazo da organização, como
explicar que 23% das empresas com estruturas denominadas RH não fazem
planejamento estratégico além disso, se a qualidade é um dos resultados esperados
da ARH, uma vez que pode garantir as condições de sobrevivência da organização,
não seria de se esperar que essas empresas tivessem um programa de qualidade
formalizado e sistematizado, compatível com o planejamento estratégico Esses
dados sugerem que políticas e práticas, assim como a adoção da nomenclatura RH
podem estar, na verdade, sendo implementadas como acontecimentos pontuais e
sem planejamento e, portanto, de forma desagregada, o que não pode considerado
como a adoção do modelo de RH. Um estudo mais detalhado poderia mostrar, por
exemplo, que as práticas se assemelham mais a algum outro modelo de
administração de pessoas, conforme classificação de Guest (1990).
Quanto ao grau de participação da área de RH no planejamento estratégico, 90% das
áreas participam do processo, tendo de 50% a 70% dos entrevistados declarado que,
em geral, participam ‘acima da média’ e ‘muito’ tanto no fornecimento de
informações como no planejamento ou na execução do planejamento estratégico.
Freqüências também elevadas – de 40% a 70% - foram relatadas para a participação
nos programas de qualidade, tanto na coordenação, como no treinamento,
participação em reuniões e suporte a eventos. Esses dados indicam, por um lado,
que a atuação da área de RH é efetiva nos programas estabelecidos pelas empresas;
por outro lado, os dados são incompletos e não esclarecem a natureza da
participação, se é proativa ou apenas reativa, seguindo a reboque das determinações
das demais áreas.
R ELATÓRIO DE P ESQUISA Nº 1/2002