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EAESP/FGV/NPP - NÚCLEO DE PESQUISAS E PUBLICAÇÕES 238/243
Conforme mencionado, os problemas financeiros foram relatadas nas empresas com menos de
500 funcionários, mais afetadas pelas mudanças introduzidas no cenário econômico desde o
início da década. Os problemas mencionados pelos entrevistados expõem situações muito
delicadas, que levantam a questão da possibilidade real da adoção de uma postura e de ações
mais efetivas, direcionadas à gestão de pessoas. Parece ser significativo o fato de que as grandes
empresas são as que oferecem mais (benefícios, programas de treinamento, formas de
remuneração, melhor ambiente de trabalho, etc.) às pessoas que nelas trabalham. Será que este
fato pode ser atribuído apenas à miopia dos dirigentes das empresas menores
6) Um RH mais efetivo
Sob a denominação de RH mais efetivo, foram agrupadas as declarações como: “desenvolver
meios e métodos para que a área possa agregar valor ao produto”, “RH tem que ter um papel
cada vez mais estratégico”, “RH também tem que contribuir para o negócio..”, “RH tem que ser
encarado como construidor de projetos”, e assim por diante. Estas afirmações sugerem que,
embora considerem a área atuante, os entrevistados reconhecem um potencial maior de
contribuição, ainda não totalmente explorado.
É interessante ressaltar que estas declarações foram feitas partindo de entrevistados que se
encontram nas mais diversas situações. Em dois casos, apenas, os entrevistados reconhecem que,
apesar de necessário, dificilmente a área poderá ter uma atuação mais efetiva no futuro próximo,
devido aos problemas financeiros das empresas. Em outros casos, a empresa está passando por
uma fase de mudança e o entrevistado vê a possibilidade da área de RH vir a ter um papel mais
estratégico e, portanto, mais efetivo dentro da organização. São afirmações, em geral, feitas em
tom de orgulho e entusiasmo como “...RHestá se tornando cada vez mais estratégico...”. Por fim,
há casos em que o entrevistado declarou que a área já passou por uma grande transformação mas
que, apesar disso, ainda há muito a ser feito, pois o questionamento deve ser constante, bem
como a antecipação das necessidades dos clientes.
7) A demissão
A preocupação com a demissão foi destacada, por ser tema de grande visibilidade e que, apesar
disso, não foi muito citado. Neste caso, é interessante a postura das empresas onde, segundo os
entrevistados, a preocupação maior era não demitir, tentar manter o quadro de funcionários,
apesar das dificuldades enfrentadas. Esta tensão era repassada aos empregados que ficavam,
então, cientes do esforço que a empresa estava fazendo, o que se refletia no ambiente de
trabalho, que oscilava entre a tensão e a gratidão. Entretanto, nenhum dos cinco entrevistados
deste grupo mencionou também a preocupação com a empregabilidade dos empregados.
R ELATÓRIO DE P ESQUISA Nº 1/2002