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EAESP/FGV/NPP - NÚCLEO DE PESQUISAS E PUBLICAÇÕES 171/243
Eu acho que também uma outra coisa que eu vejo na área de RH como uma preocupação é lidar
com esta diversidade de mão de obra.
Eu acho que falar de futuro é sempre mais difícil, mas eu não sei se eu sou otimista. Não quero
ser otimista, mas eu tenho a impressão que passada esta fase de ajuste das organizações, eu acho
que as organizações vão ter que retomar um pouco de seu equilíbrio. Eles não vão querer ficar
eternamente neste processo maluco de ajustes. Eu acho que a grande perspectiva, assim
sobretudo para á área de RH é que nesta área, devido ao seu trabalho, esse negócio do ajuste vai
permanecer forte, de redesenhar posto de trabalho, como ela vai trabalhar a relação dos
indivíduos com a organização neste contexto de menor segurança e de empregabilidade. Eu acho
que este é o outro grande desafio e ela tem que se preparar para isso.
Eu acho assim que estas funções clássicas de qualificação também vão precisar passar por uma
forte mudança. Eu acho que área de RH ainda trabalha de um modo muito tradicional, quando
pensa em treinamento, quando pensa em competências. Eu acho também que ela deve
aprofundar esta parceria estratégica.
Eu acho que um RH ideal, tem uma equipe muito profissional, com profissionais que
trouxessem visões bastante diferenciadas que não fosse uma equipe que traz a marca só de uma
ocupação com uma profissão, que pudesse contemplar todas estas dimensões de atuação, que se
preocupasse com o elemento humano, que se preocupasse com os técnicos, que eu acho que é
preciso ter uma equipe mais diversificada. Tem que ter esta preocupação global com o negócio,
com a empresa, com a organização. Eu acho que ela tem que se capacitar e ter esta visão,
trabalhar sempre com o futuro, sempre com cenários futuros. Eu acho que isso ainda é uma
necessidade, mas em uma perspectiva, a meu ver, de trabalhar isto em uma mão dupla. Assumir
mais perante a organização, as suas obrigações.
Entrevista IV
A área de RH é estratégica e uma área de apoio; no passado ela foi sempre vista mais como uma
área de apoio, o que foi um erro. Hoje já se recupera, esta área é uma área que permeia toda a
empresa e ela tem que ser vista como tal, embora hoje esteja mais descentralizada.
RH tem como função estratégica marcar o conhecimento; as empresas não sabem, que sabe são
as pessoas. O conhecimento está nas pessoas, então ela tem essa dimensão estratégica que
envolve outras funções de recursos humanos, que faz a contribuição e retribuição. Contribuição
é como as pessoas vão trabalhar, envolve toda a formação, o treinamento, a capacitação, a
motivação, os relacionamentos, tudo que leva contribuição ao trabalho. A outra área é mais
R ELATÓRIO DE P ESQUISA Nº 1/2002