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resumo palavras-chave abstract key words - GVpesquisa ...

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EAESP/FGV/NPP - NÚCLEO DE PESQUISAS E PUBLICAÇÕES 233/243<br />

A ausência das políticas, normas e procedimentos foi uma queixa bastante frequente. Em<br />

algumas empresas, não há nenhum tipo de sistematização, sendo um bom exemplo a resposta<br />

dada a uma outra questão, sobre a existência de planejamento estratégico: “tem, sim, na cabeça<br />

do dono...”, foi a resposta. Esta ausência foi apresentada como problemática pois não apenas<br />

aumenta a insegurança dos empregados, que “nunca sabem o que esperar da empresa”, mas<br />

também porque dá margem a reclamações e a reivindicações constantes e generalistas, sem foco.<br />

Em outras <strong>palavras</strong>, à ausência de políticas parece se associar uma sensação de insatisfação de<br />

causa indeterminada.<br />

A falta de consistência entre políticas também foi relatada por alguns entrevistados. Exemplo<br />

dos problemas desta natureza são políticas de avaliação de desempenho desatreladas de políticas<br />

de remuneração ou promoção, o que deixa a impressão de que as primeiras têm apenas uma<br />

função punitiva. Outro exemplo mencionado foi a manutenção da estrutura de cargos e salários,<br />

mas sem os mecanismos correspondentes de planos de carreira e promoção, ou seja, políticas<br />

que se tornam obsoletas e não são substituídas por outras e que podem entrar em choque com<br />

novas formas de organizar o trabalho ou remunerar as pessoas. Há empresas que tentam<br />

implantar um RH estratégico, conforme relatado pelos entrevistados, mas que mantêm conceitos<br />

ou procedimentos muito diversos dos que são apresentados pela literatura, perpetuando velhos<br />

hábitos e impedindo que uma mudança efetiva seja realizada.<br />

Finalmente, foi também apontado que, dada a falta de objetividade de algumas políticas<br />

relativas à gestão de pessoas, na prática, elas são simplesmente ignoradas, prevalecendo as<br />

relações informais e personalistas, típicas da cultura organizacional brasileira, descritas em<br />

Motta e Caldas (1997). Foram relatados casos de processos de seleção que são meras<br />

formalidades pois, na verdade, os escolhidos serão aqueles que os donos indicaram; promoções<br />

que são obtidas por meio de “padrinhos”; políticas que, apesar de terem um caráter global para a<br />

empresa, são interpretadas de maneiras diferentes pelos gerentes das diferentes unidades; e<br />

assim por diante. E estes relatos associam a fraqueza destas políticas e esta informalidade à<br />

sentimentos de inequidade e de insatisfação por parte das pessoas.<br />

Merece destaque, ainda, o fato de que as queixas mais frequentes se referem às políticas de<br />

remuneração e benefícios, aspectos extrínsecos da relação do indivíduo com o trabalho.<br />

Entretanto, conforme apontado anteriormente, em relação ao paradigma emergente de gestão de<br />

pessoas, a literatura a ênfase é colocada nos aspectos intrínsecos da relação com o trabalho,<br />

privilegiando a auto-regulação e o auto-desenvolvimento como forma das pessoas se<br />

prepararem para enfrentar o mercado de trabalho, como forma de viabilizar a relação<br />

organização-indivíduo exigida para a maior competitividade das organizações e como critério<br />

para a definição de sucesso profissional (Mirvis e Hall, 1994; Malvezzi, 2000).<br />

R ELATÓRIO DE P ESQUISA Nº 1/2002

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