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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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De modo pouco comum, a descrição da família no Brasil em relação à criança<br />

pequena e em relação afetiva com os pais, registrada por viajantes é caracterizada por<br />

Del Priore (2006, p. 95):<br />

103<br />

O carinho dos pais pelos filhos, enquanto pequenos, chega a não ter<br />

limites, e é principalmente o pai quem se ocupa com eles, quando tem<br />

um minuto livre. Ama-os até a fraqueza e, até certa idade, atura as suas<br />

más criações. Não há nada que mais o moleste do que ver alguém<br />

corrigir seu filho. Quando o marido e mulher saem de casa, seja para<br />

visitarem uma família, seja para irem a alguma festa, levam consigo<br />

todos os filhos, com suas respectivas amas, e é ainda o pai quem<br />

carrega com todo o trabalho, agarrando-se-lhe os pequenos ao pescoço,<br />

às mãos, as abas do casaco.<br />

Orlandi (1985), considerando uma família patriarcal, explica que na Colônia, o pai<br />

era a figura sábia, prepotente, violenta e portadora das lições dos ancestrais, que eram<br />

transmitidas oralmente aos seus descendentes para a continuidade da mesma ordem.<br />

Já na realeza, nos primeiros anos do século XIX, Mauad (2006) através de uma<br />

carta de Dom Fernando e Carlota Joaquina é possível verificar o afeto:<br />

[…] cree Hermana mia que no se sabe lo que se quiere a los hijos, hasta<br />

que se tiene la desgracia de perdelos; la echamos mucho de menos,<br />

pues era muy bonita, y ya se había puesto muy gorda con la leche de la<br />

amma; no hacía ya companãnia, y siempre dormía al lado de nuestra<br />

cama. (MAUAD, 2006, p. 158).<br />

No século XIX, o lar tinha a responsabilidade com a educação, com os princípios<br />

morais; a escola de instruir, garantindo desse modo a preparação para o mundo adulto.<br />

Mauad (2006, p.151) citando um articulista da ‘Revista Popular', que dizia:<br />

[...] antes educação do que instrução, antes moralidade do que sciencia,<br />

antes fazermos homens de bem do que sabichões. Completava a sua<br />

preleção condenando os mimos inúteis, rejeitando a convivência com os<br />

escravos domésticos, proibindo radicalmente o incentivo dado às<br />

futilidades femininas, à soberba e ao orgulho senhoriais, nos meninos e<br />

meninas.<br />

A mesma autora indica que já a partir da segunda metade do século XIX, a partir<br />

dos sete anos já era possível instruir os filhos nos colégios ao invés de mantê-los com

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