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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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instabilidade e ameaça vivida pela criança, quem cuida dela não domina suas<br />

necessidades.<br />

Os artigos estarão a serviço da condução de uma educação terapêutica da<br />

criança em uma marca impessoal. Fisicamente há uma dependência do adulto para<br />

protegê-la de toda ameaça (contato exagerado da mãe, amamentação desregrada,<br />

alimentação insuficiente e não condizente, doenças oportunistas, ocasionados pelos<br />

descuidos do adulto etc.).<br />

Vimos diante da importância atribuída à criança pelos diferentes especialistas<br />

nos artigos publicados que no outro extremo dela, da criança, está a mãe, que, para ser<br />

‘verdadeira’, renuncia à sua própria história, para garantir a encenação da criança. Mãe<br />

que aprisionada na rigidez dos ‘métodos’, não conquistará nenhum status ascendente<br />

nesse contexto.<br />

A mulher e mãe que se enquadram no espaço de auxiliar o médico nos cuidados<br />

com a criança, não se diferenciam de qualquer outro aspecto apresentado nos artigos,<br />

como os objetos de uso pessoal da criança, objetos permanentes, seu quarto, seus<br />

brinquedos etc. Existe a mãe ferramenta, mãe acessório, objeto na consolidação da<br />

saúde física e social da criança.<br />

Não é preconizado nos diferentes artigos, o vínculo relacional mãe e filho. A<br />

relação no contexto de contatos afetivos é ignorada, não representa importância no que<br />

se refere a garantir a sobrevivência saudável do filho. O esperado em relação ao<br />

caráter é a manutenção da criança tutelada pelo adulto-mãe, em disciplina visando o<br />

controle de seu comportamento físico (comer, dormir). Há menções acerca de seu<br />

universo lúdico e da escolaridade, todavia, não há descrição de troca entre quem cuida<br />

(mãe) e a criança. Há visivelmente por parte dos autores a marcação em pontos<br />

equidistantes dos dois mundos, a do adulto que cuida, protege, disciplina, alimenta,<br />

higieniza, educa, pune e o mundo da criança, do qual nada sabe, desprotegido,<br />

influenciável, adestrável. São valores antagônicos que retratam a ambivalência entre os<br />

dois mundos: da mãe e o da criança.<br />

Silva (Vamos Ler, 1940), em número de artigos produzidos (perde apenas para<br />

De Lamare que escrevera principalmente para a Fon Fon), considera a criança como<br />

um mundo específico, sem autonomia, sem possibilidade de raciocínio, de natureza<br />

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