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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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A estrutura familiar bem definida, com seus “manequins higiênicos”, pai<br />

e mãe, marido e esposa, todos a serviço da higiene, possibilitava a<br />

estruturação do saber médico na sociedade de forma que sua<br />

perpetuação era garantida através das gerações, uma vez que<br />

ofereciam padrões de conduta a serem seguidos. (DALBEN; SOARES,<br />

2008, p.245).<br />

Desse modo, concluem os autores que a revista Vida e Saúde empenhou-se em<br />

determinar o modo como se dá a educação do corpo da mulher com base na moral<br />

religiosa e nas determinações médicas.<br />

Desses artigos que exploram a mídia escrita e a mulher, encontramos autores<br />

que se utilizaram, para análise de seus objetos de estudo, de uma temporalidade que<br />

se aproxima do objeto de pesquisa desta tese. São eles Heller (2002, 2003), Ferreira, J.<br />

(2008), Almeida, N. (s/d), Nahe (2006), Dalben e Soares (2008) e Bassanezi (1993b).<br />

Particularmente as autoras Ferreira, J. (2008) que se debruçou entre os anos de<br />

1930 a 1960 e Bassanezi (1993b) que focou os anos de 1945 a 1964, elas mantêm<br />

uma relação temporal que se assemelha a minha escolha -1940 a 1950. Essas autoras<br />

se utilizaram das revistas Jornal das Moças, O Cruzeiro e a revista CLÁUDIA. O ponto<br />

convergente entre os resultados encontrados é o da representação legitimada da<br />

mulher como mãe e esposa. Esses papéis inflexíveis revelam um ideal a ser<br />

conquistado e mantido de uma boa mãe; aquela voltada para os cuidados com a saúde,<br />

nutrição e higiene da criança. Em Ferreira, J. (2008) encontramos ainda um enfoque<br />

dirigido prioritariamente das revistas à criança, com forte intenção de reforçar o ideal de<br />

mãe a ser almejado e conquistado pelas mulheres mães. No papel de esposa, a<br />

idealização da mulher é a de subjugada pelo marido, que detém o controle e o poder; é<br />

legitimada a distinção entre o que é de um e de outro, em rígidos papéis.<br />

Particularmente, a mulher é que tem como forte atribuição garantir um lar feliz. Dalben e<br />

Soares (2008) reforçam essa representação da mulher como a boa esposa, mãe e do<br />

lar. Inspirados na Revista Vida e Saúde revelam-se o controle da medicina na<br />

higienização das famílias de classe média alta brasileira; no contexto de fixar a mulher<br />

no lar e distanciá-la de qualquer inspiração que afaste a compreensão da maternidade<br />

e dos cuidados do lar, assegurando, desse modo, o lugar da boa mãe e boa esposa.<br />

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