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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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No artigo “O número um” de setembro de 1950, vemos abordada a temática do<br />

casamento. Esse artigo vai inaugurar uma nova palavra: família.<br />

O autor, metaforiza a vida de um recém-casado a uma encenação de teatro,<br />

dividida a peça em três atos: O primeiro cenário fala do enamoramento ao casamento; o<br />

segundo ato, a vida de casado no apartamento novo e a convivência social; o terceiro<br />

ato, a chegada do bebê. “O casal deve entender que começada esta nova fase têm-se<br />

que abrir mão de muita coisa, e já que é assim o melhor é fazer usualmente, de boa<br />

vontade”. (S/A, Setembro, 1950, p.115).<br />

O autor segue explicando as mudanças de rotinas para a mãe e o pai: “Embora a<br />

mamãe já não possa sair frequentemente com o papai, ambos tem um objetivo comum<br />

a educação do filho”. (S/A, Setembro, 1950, p.115).<br />

É importante destacar a citação anterior por representar uma mudança<br />

significativa na compreensão sobre a quem cabe educar. Antes endereçado<br />

especificamente para a mãe, testemunhamos agora um discurso que traz um tom mais<br />

flexível de uma histórica posição assumida pela mãe no seio da família.<br />

O autor segue reeducando as posições de mãe e pai no interior da família. A<br />

mulher, que tinha a missão de conduzir a ‘alma’ infantil, tem, agora, somada a sua<br />

história a tarefa de conduzir o marido a um compartilhamento dos afazeres privados da<br />

mãe com o filho. Uma verdadeira mudança de mentalidade se inscreve:<br />

292<br />

E a mamãe deve fazer o possível para interessar o papai em tudo que<br />

diz respeito ao bebê. Ao invés de dar um aspecto de trabalho<br />

desagradável aos cuidados que a criancinha requer, procurar fazê-los de<br />

alma leve, vendo a coisa sob seu melhor ângulo. Ensinar o papai como<br />

é que se dá banho ao bebê, para que numa emergência ela possa fazêlo,<br />

participar-lhe todas as semanas quantas gramas o filhinho lucrou,<br />

fazer com que ele assista a primeira sopinha, se interesse pelo primeiro<br />

dente. Conforme o temperamento do marido isto pode ser facílimo ou<br />

pode requerer uma enorme habilidade. De qualquer maneira é<br />

necessário consegui-lo. Dessas coisas pequeninas, estas e muitas<br />

outras,somadas, é que resulta força e norma que é o . (S/A, Setembro, 1950, p.115).<br />

Estamos constatando nesse fim do primeiro ano de 1950, uma nova era na<br />

família. Uma era marcada pelo empenho de trazer a presença do homem no contexto

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