JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

publicidades impressas em revista semanal Recreio da Editora Abril, no período de
outubro de 2000 a outubro de 2003, direcionada ao público infantil, bem como o uso de
outros recursos como cores em imagens, e as relações entre eles para construir o
discurso persuasivo. Procurou também caracterizar esse público infantil, a fim de
mostrar como se comportam e reagem frente a ações que dependem, na maioria dos
casos, da interferência dos adultos – o processo de compra/aquisição dos produtos. A
pesquisa revelou que as crianças são alvos fáceis para publicidade e para consumo
através da presença dos recursos retóricos: metáfora, metonímia e hipérbole, o “jogo”
polissêmico e o autonímico, a influência das cores e das imagens constrói um discurso
que se propõe a convencer, seduzir, provocar a mudança de ideias e formas de
comportamento. Desse modo, o conceito de criança que podemos extrair dessa
pesquisa é o de uma criança “imagem de “vendas”, pois compram, aliciam os adultos a
comprar, e vendem para retribuir o mítico – carinho e amor” (MENDONÇA, N., 2005,
p.54). Elas representam, portanto, uma ‘ponte’, um canal de ligação com os pais, para
aquisição de produtos. Podemos considerar que a criança é “presa” fácil diante do
arsenal de recursos linguísticos, retóricos, uso de cores e imagens empregados nas
publicidades impressas, de revistas destinadas ao público infantil. A autora reconhece
que “[…] as crianças podem ser consideradas, hoje, como um cliente ‘potencial’, pois
ela é capaz de comprar e fazer comprar.” (MENDONÇA, N., 2005, p.93).
Nesta revisão de produção acadêmica em mestrado de mídia impressa
destinado à criança, foram encontradas duas produções que remetem à criança o foco
das revistas pesquisadas, mas que não são direcionadas às crianças e, sim, a adultos,
particularmente aos pais no que se refere a instruções, orientações e normas sobre a
atenção e cuidados frente à criança. São pesquisas que se debruçaram sobre os
conteúdos destinados aos pais especificamente em revistas para adultos que retratam
o universo da criança.
As pesquisas, que têm esse enfoque, se destacam nos trabalhos de Santos, C.
(2004a) e Moura (2007). Santos, C. em sua dissertação A invenção da infância
generificada: a pedagogia da mídia impressa constituindo as identidades de gênero
analisa a constituição das identidades de gênero na infância dentro da faixa etária de 0
a 6 anos; a partir de representações do que é ser mulher e homem, menina e menino,
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