JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

influenciará grande número de educadores, juristas, psiquiatras, políticos e psicólogos
que, na época, se vinculavam a estudo sobre a criança.” Dacome (2003) revela que a
LBHM teve inúmeras publicações em periódico entre os anos de 1925 a 1947.
O alcance dessa e de outras entidades
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[...] tomaram frente em inúmeras tentativas de influir nas políticas
nacionais, como educação, saúde e imigração, com pronunciamentos
enquanto grupo ou através da representação direta de seus membros
nas diversas esferas públicas, uma vez que muitos médicos eram
elementos ativos na vida política nacional. (MAI, 2003, p.51).
A intervenção da LBHM estendeu-se aos meios escolar, profissional e social. “E
é pela Instrução que dá o saber; pela Educação que forma o caráter; pela Higiene que
defende a Saúde, que conseguiremos melhorar, cada vez mais, física, moral e
intelectualmente o Brasil.” (GASPARINI, 1945, apud MAI, 2003, p.62). Sua penetração
junto aos médicos influenciou o contexto de sua prática a incorporação do caráter
preventivo diante dos princípios da higiene e eugenia. Costa J (2007, p.47) considera
que “a eugenia foi o artefato conceitual que permitiu aos psiquiatras dilatar as fronteiras
da psiquiatria e abranger, desta maneira, o terreno social.”
Dacome (2003, p.111) revelou que o movimento higienista, atrelado ao Estado,
[...] ainda que com as mais nobres intenções, torna-se aliado forte no
processo de normatização dos indivíduos. [...], entretanto, queremos
chamar atenção sobre o poder do saber médico, determinado dia após
dia, no mais íntimo de nossa necessidade. No que diz respeito à higiene
mental, o processo é ainda mais complexo. Atuando diretamente na
família, as determinações, que na obra em análise aparecem como
recomendações, dizem respeito à maneira de como criar os filhos, como
conduzi-los, como exercer a autoridade, a disciplina, a alimentação e
como proporcionar-lhes amor. Enfim, é a intenção de exercício do poder
pleno em todas as instâncias da vida cotidiana do indivíduo.
Ao analisar os especialistas que escreveram para as revistas Fon Fon, Vamos
Ler e A Cigarra entre os anos de 1940 a 1950, preservo as descrições e considerações
dos autores dentro do seu contexto histórico, todavia, procuro destacar elementos que
permitem compreender os encaminhamentos sociais dessas intervenções sobre a
mulher e a criança.