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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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contatos afetivos constantes: “A criança não deve ser alvo de carinhos excessivos, de<br />

beijos constantes a propósito de tudo e até mesmo sem propósito.” (SILVA, 18/01/40,<br />

p.29).<br />

Para Silva, os carinhos considerados em excessos podem comprometer o futuro<br />

da criança em fixações.<br />

238<br />

[...] não nos devemos esquecer que, os prazeres sentidos em excesso,<br />

pelas crianças, produzem certas fixações que se revelam em atos<br />

condenáveis na vida do adulto e que não são mais que reminiscências<br />

inconscientes de fases pretéritas ocorridas, quase sempre, durante os<br />

primórdios da vida individual. (SILVA, 22/02/40, p.51).<br />

Nesse sentido, não encontramos nenhum modo de educação do afeto e carinho<br />

dirigidos dos pais e, particularmente das mães em relação aos filhos no conjunto dos<br />

artigos desse autor no ano de 1940. Exceção é feita somente em relação ao bebê,<br />

considerado saudável o contato com a mãe: “Não há maior bem para criança que a<br />

carícia morna do seio materno.” (SILVA, 18/01/40, p.28).<br />

Outro aspecto relevante sobre a criança apresentada pelo autor, diz respeito à<br />

sua caracterização social e econômica a partir do seu mundo lúdico e das condições de<br />

moradia. A criança pobre, como vimos anteriormente, divide o mesmo espaço do adulto<br />

em indistinta exigência na convivência. Essa condição não representará empecilho para<br />

sua exploração lúdica.<br />

Mesmo as casas modestas, modestíssima, ou até os próprios cortiços,<br />

ofereciam “possibilidades” de recreio à vida infantil. Dentro do próprio<br />

edifício de habitação coletiva havia quintal. Nas imediações, terrenos<br />

vastos e quase abandonados. Neles jogava-se o gude, pulava-se a<br />

“carniça”, soltava-se o “papagaio”. (SILVA, 04/07/40, p.56).<br />

Como é possível depreender, a criança, mesmo sendo acolhida com exigências<br />

e postura de um adulto em crescimento, explora de modo inequívoco sua dimensão<br />

pueril. Ela brinca, e se apropria de brinquedos simples como: “[...] boneco, ou um<br />

automóvel de “corda”, uma carroça puxada por barbante, ou um “comboio” cheio de<br />

passageiros e todo feito de “folha de flandres” [...].” (SILVA, 18/01/40,p.28).

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