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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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Contraditoriamente ao que acabo de explicitar, no ano de 1950, a criança é<br />

retratada com características específicas de um infante, apresentando status junto aos<br />

pais, junto aos adultos:<br />

277<br />

Outra coisa boa é dar uma certa liberdade às crianças na escolha da<br />

roupa que vestem. Ao completar 3 anos os garotos já devem saber<br />

trocar de roupa com uma pequeníssima ajuda nos casos mais<br />

complicados. Para estimulá-los a se encarregarem disso é ótimo deixar<br />

que eles resolvam qual o vestido ou o macacão que querem usar<br />

naquele dia. Em geral eles se sentem elevados de categoria quando se<br />

lhes dá essa confiança e procuram portar-se direitinho. Mesmo no<br />

vestido da mamãe ou na gravata do papai eles devem dar um<br />

de vez em quando. (S/A, Janeiro, 1950, p.107).<br />

O especialista constitui um novo olhar sobre a criança, não mais como um ser<br />

inferior que precisa ser domado e cuidado, agora faz parte do contexto da família.<br />

É necessário que as crianças sejam bem alimentadas, tenham horários<br />

para dormir e estudar, sejam levadas regularmente ao médico e<br />

dentista, mas é igualmente necessário que elas se sintam não como<br />

bichinhos bem tratados, mas como parte integrante dessa<br />

complexíssima coisa que se chama família. (S/A, Janeiro, 1950, p. 107).<br />

Na edição de abril de 50, a socialização da criança é tema de interesse. Retrata<br />

a criança com timidez: “[...] não cumprimenta as pessoas, ficar enfiada num canto<br />

quando chega uma visita, esconder-se atrás do sofá enquanto as outras crianças<br />

brincam, impede que a mamãe converse com amigas, puxando-a pela mão ou<br />

agarrando-lhe a saia o tempo todo.” (S/A, Abril, 1950, p.119).<br />

O olhar sobre a criança alcança um contorno diferenciado ao se estar atento a<br />

ela em seu sentimento. Compreender o que é esperado e não esperado em relação ao<br />

desenvolvimento deste tipo de emoção, representa por parte dos especialistas<br />

mudanças no paradigma de retratar de maneira genérica a criança. A orientação<br />

dirigida à mãe diante da timidez do filho é que se deve considerar “um problema difícil,<br />

que requer da mãe um infinito tato”. O autor apresenta a cronologia do que é normal:<br />

A não ser na primeira infância (até os 4 anos no máximo), não é<br />

absolutamente justificável que as crianças se portem como timidez<br />

diante de estranhos. Alguns minutos são preciso para estabelecer<br />

contato, mas depois a criança devia ficar inteiramente à vontade. Na

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