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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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Outro ponto de destaque se concentra no fato de que a mãe não está só nos<br />

cuidados com o filho. O pai surge na educação infantil, sobretudo no que diz respeito ao<br />

equilíbrio do casal para o pleno desenvolvimento da criança. Os valores, a educação e<br />

as normas ainda são atribuição da maternidade. Ela ainda parece imperar.<br />

Surge, pela primeira vez no texto, referência explícita ao falar de filhos, e estar se<br />

referindo de formas distintas a filhos e filhas. A diferenciação de gênero dá o ar da<br />

graça.<br />

Não menos importante, ao falar da educação sexual, a autora procura reforço no<br />

que deve representar o baluarte dos princípios da educação: a medicina psiquiátrica e a<br />

religião – padre.<br />

A autora brasileira BRITO, em seu artigo de 08/10/1949, também não se afasta<br />

dos colegas escritores estrangeiros. Retrata uma dimensão do modo de pensar da<br />

criança, que é o pensamento mágico, ao qual ela se refere, fantasia. Procura distanciar<br />

a infância do mundo que não pertence a ela, o mundo do adulto.<br />

Brito discorre em um artigo convincente que a criança destituída do direito de ser<br />

estimulada na fantasia, criando seres mágicos, implicará adultos comprometidos em<br />

sua cultura, no seu ‘espírito prático’: “[...] as crianças precisam de personagens fantásticos,<br />

de histórias, como os adultos de religiões.” (BRITO, 08/10/1949, p.34).<br />

A autora se mostra uma defensora da infância, desse mundo de dentro que<br />

precisa ser o da fantasia. Há certo temor ou pessimismo em relação à realidade do<br />

mundo adulto. Parece querer garantir o prolongamento necessário da infância e não<br />

levá-la de modo rápido para a realidade, para a dimensão da vida adulta:<br />

211<br />

O que é indispensável é que os seus cerebrozinhos se ocupem com<br />

pensamentos dessa natureza, e que encontrem no mundo das ideias<br />

aquele poderoso encanto que a vida mais tarde lhes negará e que<br />

constitui um valioso patrimônio que serve de refúgio contra o cotidiano e<br />

a rotina. (BRITO, 08/10/1949, p.34).<br />

Há por parte dos artigos uma visão que vai delineando uma criança que tem<br />

mundo próprio. Não é mais o adulto que fala, sente, pensa, representa por ela. Nesse<br />

final da década de 40, dois paradigmas emergem: a criança com cérebro, sentimento, e<br />

a família, pai e mãe.

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