JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

as amigas, as curiosas, os parentes que antes lhe diziam: - Ora, eu nunca vacinei os
meus!”.
Em seguida, retrata a inapetência da criança no artigo de 13/08/50. Se a falta de
apetite da criança não estiver relacionada à doença ou nervosismo, a culpa é a da mãe.
É a ela que caberia colocar limite e disciplina nos horários de refeição, bem como o que
dar para a criança comer. Se esta não come é porque a mãe não o domina.
Em outro artigo (09/09/50), Gudel faz crítica ao uso indevido de medicamentos
por parte das mães.
A mãe, pelo que o autor diz, é influenciada pela propaganda: “Nas classes mais
abastadas como déssemos a crendices é baseada na falsa ciência das revistas de
divulgação popular auxiliada pelos anúncios de rádio e os conselho das amigas.”
(GUDEL, 09/09/50, p.37).
Faz crítica também aos usos populares de fumo, unhas sem cortar, fitinhas
vermelhas, entre outros para superação de uma enfermidade.
Na prática, a preocupação maior do autor é com o uso indiscriminado de sulfa:
“Agora a penicilina e a estreptomicina começam a dominar as mentes das mães
assustadas. Aliás, a primeira já domina.”
A medicina parece dar passos mais largos em suas conquistas. No artigo
de16/09/50, Gudel explica uma recente descoberta (1941) referente ao fator Rh. Ele
pode ter sido a causa de abortos (acreditavam até então ser a sífilis), natimortos. Sua
principal transmissão é a transfusão. Chama a atenção para uma prática que devia ser
muito comum de “tratamento de injeções de sangue mesmo por via muscular pode ser
prejudicial”. E alerta: “Cuidado, com as injeções de sangue para tratamento de alergia,
eczema, ou qualquer outra causa, quando fornecidas por pessoas estranhas, pois pode
ser o primeiro passo para a doença”.
Explica também como evitar: verificar o fator Rh na transfusão; determinar Rh
dos casais; casais de Rh diferentes, não permitir que o pai doe sangue ao filho e ao
aparecer abortos e nascimentos de crianças pálidas, inchadas, icterícia, idiota, procurar
o médico.
O que se verifica nesse e no artigo anterior é que a figura do médico não é uma
unanimidade na busca de soluções de enfermidades. Os médicos fazem, então, uma
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