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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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As mães (insuspeitas) podem saber que idade tem, mentalmente, os<br />

seus garotos, se os observarem, segundo as suas idades reais.<br />

Exemplos: uma criança de três para quatro meses já leva à boca<br />

qualquer objeto, colocado nas mãos. [...] Dos sete aos oito meses [...]<br />

Aos oito meses [...] Com um ano e meio [...] Aos dois anos [...] De dois a<br />

quatro anos [...] De três a quatro anos [...] Entre quatro e o quinto ano<br />

[...]. (SILVA, (18/07/40, p.57).<br />

E se há desvios nessa trajetória do desenvolvimento pode ser por influência dos<br />

cuidados destinados a ela: “[...] a criança tanto pode ser aparentemente retardada, pelo<br />

excesso de carinho, como pela falta absoluta deste.” (SILVA, 18/07/40, p.56).<br />

Silva ainda reforça: “Uma mulher que tem mais de um filho, deve repartir o seu<br />

amor igualmente entre eles (pelo menos em aparência). Eis aí como uma criança, que é<br />

bem dotada, pode aparentar certo retardamento mental, por influência exclusiva do<br />

ambiente em que se desenvolve.” (SILVA, 18/07/40, p.56).<br />

Como o ambiente em que a criança vive é determinado pela mãe, é ela a<br />

responsável pelos casos dos falsos retardamentos. O autor então explica que as mães<br />

têm a capacidade de avaliar as dificuldades do desenvolvimento por serem capazes de<br />

identificar as idades do desenvolvimento. Caso a mãe não consiga acompanhar o<br />

desenvolvimento do filho deverá recorrer ao especialista médico. Cuidar e educar os<br />

filhos são atribuições específicas da mãe e do médico: “Só as mães, senhoras de si, de<br />

“self-control”, podem acompanhar o desenvolvimento dos seus guris, sem<br />

desassossegos e precipitações. Caso não tenham calma para isso, devem consultar os<br />

entendidos no assunto, preferivelmente os médicos especialistas.” (SILVA, 18/07/40,<br />

p.57).<br />

A trajetória do vir-a-ser mãe, constituído por Silva, esteve marcado como<br />

testemunhamos até aqui, por uma ambivalente percepção de uma mãe responsável<br />

pelo lar e pelos cuidados infantis, mas que, no reverso dessa atribuição, parece revelar-<br />

se não preparada ou como um possível algoz da saúde da criança. Nesse sentido,<br />

encontramos também nas proposições do autor uma mãe amedrontadora. O autor<br />

revela que a criança após um terror noturno (causado pela mãe) recorre a ela como<br />

salvadora: “Só depois de alguns minutos é que consegue acordar, num grito alucinante<br />

e desolador: - “Mamãe”!” (SILVA, 21/03/40, p.43).

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