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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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na maioria das vezes referindo-se ao menino, ao guri, ao filho. A figura da menina é<br />

apagada ou inexistente.<br />

Nesse artigo, o autor retrata o interesse do pai em fazer do filho um esportista de<br />

talento: “E, gostasse ou não gostasse, passou horas e horas, jogando futebol, tomando<br />

parte em corridas e, mais tarde jogando basquetebol, water-polo, volibol, aprendendo<br />

box”. (S/A, Outubro, 1949, p.123).<br />

O filho encontra dificuldade de enfrentar o pai e dirigir suas atenções ao que<br />

melhor lhe convém. Está submetido aos desejos e ideais do pai: “Não largava tudo com<br />

pena do pai. Êle era o orgulho do “velho”. E para não fazer o pai infeliz, ficava ele<br />

infeliz”. (S/A, Outubro, 1949, p.123).<br />

O autor condena esse tipo de criação ofertado pelo pai:<br />

276<br />

É um erro grave o dos pais que querem que o filho, o tal, “o<br />

homenzinho”, faça desde cedo toda a sorte de esportes, em desacordo<br />

muitas vezes com a idade ou a índole do guri. Neste caso o melhor é<br />

deixar que ele escolha o gênero de exercício que prefere.<br />

[...]<br />

Não queira que seu filho carregue a responsabilidade de compensar<br />

você dos fracassos passados. (S/A, Outubro, 1949, p.123).<br />

Esse artigo de outubro de 1949 se destaca e será um marco referencial pela<br />

atenção do especialista que escreve dedicar o foco de atenção exclusivamente ao pai.<br />

Esse destaque se deve ao fato de que tem sido construída pelos diferentes<br />

especialistas a ideia de que o pai não exerce uma rotina nos cuidados diretos com os<br />

filhos. Nesse sentido, não seria por acaso que o foco desse artigo fosse o de uma<br />

acolhida do pai em relação ao menino, para garantir sua continuidade.<br />

A criança, enquanto ser distinto do adulto, como vimos no início da década,<br />

parece não ter sido ainda assimilado no contexto familiar, somente presente nas<br />

intenções e verdades ditadas por quem escreve os artigos.<br />

Outro aspecto que se evidencia e que vai confirmando o destinatário dos artigos<br />

é o perfil de uma família de hábitos e costumes muito refinados e, portanto,<br />

pertencentes a uma classe social bastante privilegiada.

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