JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

somente da mãe. Nesse mesmo artigo, o autor explica os hábitos desejáveis referentes
à criança esperados pelo médico, que será de inteira atribuição e responsabilidade da
mãe sua concretização:
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Ao nascer o cumprimento do horário de mamada “o primeiro ato de
educação”. 6 meses, a disciplina alimentar pela 1ª sopa, e pela firmeza
com que será dada. 12 meses, estimular a criança, a fim de que ande
só, despertando a noção de independência. 15 meses, já deverá saber
comandar, perfeitamente, as suas necessidades physiológicas. 18
meses, deverá servir-se da chícara, sem auxílio. 24 meses, é preciso
que saiba comer sózinha, com colher e faca de ponta grossa. 2 a 3
anos, precisa saber escovar os dentes. É nessa época que a educação
propriamente dita começará a ser aplicada. (DE LAMARE, 21/12/40, p.
06).
A descrição das necessidades esperadas do comportamento da criança é clara.
É preciso acompanhá-la e enquadrá-la nessa expectativa estabelecida nas orientações
médicas. O discurso é que a função de educar é dos pais. Mas, quem tem efetivamente
essa atribuição junto ao casal?
De Lamare orienta que a melhor maneira de educar corresponde ao exemplo dos
pais; agir com justiça e imparcialidade para que os filhos não temam os pais; estimular
o raciocínio; respeito a si próprio etc. Todavia, todas essas ações são de
responsabilidade da mãe. Caberá a ela garantir que a saúde da família se estabeleça
em nome do casal. De Lamare considerará dois fatores indispensáveis na garantia da
educação do filho: “a autoridade dos pais e a obediência do filho”; o que nem sempre
ocorre. Nesse caso são considerados ‘métodos condenáveis da educação infantil’,
representados nas seguintes descrições e que a mãe precisa zelar para não falhar em
sua missão:
1º comparações; 2º promessas que não são cumpridas; 3º embustes: A
mãe deseja qualquer objeto perigoso, que esta nas mãos da criança e,
carinhosamente, diz: ‘Querido, dá-me esta tesoura, que te darei um
brinquedo... ’ Uma vez apanhado a tesoura, exclama bruscamente: ‘Isto
é que não verás mais!; 4º ridículo, ridicularizar a criança quando esta
chora ou desobedece, em vez de corrigi-la convenientemente faz nascer
a ideia de vingança; 5º humilhação. Estar constantemente desfazendo
da criança, achando-a ‘boba’, ‘mole’, ‘estúpida’, etc... podendo, assim
provocar um complexo mental de inferioridade; 6º adulação: elogiá-la
constantemente, para que obedeça, e acabando por convencê-la de que