23.04.2013 Views

JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

como são produzidas as noções de masculinidade e feminilidade nos sujeitos infantis,<br />

agrupando em quatro temáticas seu estudo: 1) artigos sobre decoração de quarto de<br />

bebê e crianças, 2) matérias sobre brinquedos, 3) matérias sobre moda infantil e 4)<br />

matérias sobre educação, saúde, alimentação, etc. Os resultados revelam que essa<br />

mídia escrita desempenha uma função pedagógica quando ensina os pais, sobretudo<br />

as mães, como lidar com seu filho, constituindo, desse modo, um direcionamento<br />

quanto à definição de identidade, representando um investimento da cultura na<br />

produção de sujeitos femininos e masculinos.<br />

132<br />

[…] as características dos sujeitos femininos encontradas remetiam, em<br />

sua maioria, ao espaço doméstico, à maternidade e à sedução,<br />

enquanto as características dos sujeitos masculinos remetiam à prática<br />

de esportes e às ações ligadas a carros e armas (estes representados<br />

através de brinquedos ou desenhos aplicados às roupas ou às paredes<br />

dos quartos). (SANTOS C., 2004b, p.11).<br />

Trata-se de uma mídia que ‘educa’ quem tem a função de educar a criança – os<br />

pais. Fica claro no artigo que, ao referir-se aos pais, é quanto à mãe que os produtores<br />

dessa mídia se colocam, posicionando-se às normas de conduta e comportamento. A<br />

criança, mais uma vez, é ‘tocada’ externamente (mídia impressa – produtores;<br />

especialistas) por intermédio de seus pais, sua mãe.<br />

Essa percepção de que a mídia interpõe a mãe para ditar modelo e<br />

normatização, foi um ponto comum nos trabalhos da pesquisadora Brites (2000a;<br />

2000b), através da utilização na pesquisa de duas revistas que se direcionam<br />

diretamente à família e particularmente à mulher e sobre política e caricatura na década<br />

de 30 e 50. BRITES (2000a), em seu artigo “Crianças de revistas (1930/1950)”, analisa<br />

algumas imagens fotográficas, discutindo seus campos temáticos e alguns<br />

procedimentos de análise que contribuíram para a caracterização das crianças no<br />

universo social brasileiro, utilizando-se dos periódicos Vida Doméstica e Fon-Fon entre<br />

os anos de 1930 a 1959. A revista “Vida Doméstica era muito mais dirigida à família e<br />

ao lar, enquanto a outra publicação se dedicava prioritariamente à caricatura e à política<br />

[…].” (BRITES, 2000a, p.165). Estas revistas estavam direcionadas prioritariamente às<br />

mulheres que tinham uma condição financeira mais privilegiada. A criança referenciada<br />

nas publicações também era de poder aquisitivo alto sendo eventuais as referências

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!