23.04.2013 Views

JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O artigo apresenta, como perfil de criança, objeto de interesse nas publicidades,<br />

que faziam parte de uma família que tinha acesso ao consumo. Estas, de um modo<br />

geral, eram vinculadas à mãe e ao contexto dessa família em associação à diversidade<br />

dos produtos a serem propagados. Essa deferência à infância nas propagandas nem<br />

sempre se mostram diretas, ao contrário, sua presença como consumidora já<br />

representaram de forma indireta os interesses das revistas que divulgavam as<br />

propagandas, um modo de alcançar toda a família. A autora constata que a temática da<br />

saúde na infância esteve sempre presente e valorizada, justificando entre outros<br />

aspectos a preocupação com a mortalidade infantil. A criança reconhecida e propalada<br />

tinha o sentido de vida saudável. Elas precisavam ter uma robustez, possuir corpo e<br />

mentes sãos. E é, nesse sentido, que: “[...] as publicidades em jornais e revistas<br />

anunciavam uma série de produtos destinados à formação do corpo forte como<br />

elemento fundamental do ser criança, em especial, remédios e alimentos. A indicação<br />

do leite para a criança foi uma constante.” (BRITES, 2000b p. 257).<br />

Importante também ressaltar a responsabilização pela saúde das crianças,<br />

dirigidas prioritariamente às mães; os maridos não eram concebidos como preparados e<br />

orientados para essa função. A autora conclui que, nesse universo da publicidade<br />

brasileira dos anos 30 a 50 do século XX, demonstrou que, desde muito cedo, consumir<br />

faz parte da vivência da criança.<br />

É possível constatar que a criança, enquanto ente específico com desejos,<br />

necessidades e fala, não foi considerada nem no início do século XX até o início do<br />

século XXI.<br />

A criança, como fica transparente nesse último artigo de Brites, é usada direta e<br />

indiretamente para alcançar os bolsos da família em condição de consumir. Essa<br />

temática do consumo permeou outros artigos que reforçam o poder da mídia impressa<br />

em determinar desejos, sonhos.<br />

A criança e a necessidade de cuidar de sua saúde será a chave para que se<br />

possa responsabilizar a mãe, ao mesmo tempo em que ‘alguém’ a ensina como cuidar<br />

de seu filho. Parece instalar-se pela mídia impressa um modelo de mãe para que o<br />

modelo de criança siga inalterado para criança saudável e robusta; pelo menos é o que<br />

se estabelece nas décadas de 30 e 50 do século passado.<br />

134

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!