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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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para perto do “algoz” e dar a orelha para ser puxada. Seguem-se as<br />

chineladas (um pouco fora de moda), as agressões (mais comuns). Os<br />

pais entram em luta com os filhos. As mães jogam objetos em cima dos<br />

garotos. Piores ainda são os castigos morais, aqueles que calam fundo<br />

na alma infantil e estes se revelam em toda coerção que visa tirar o<br />

prazer da criança. (SILVA, 25/04/40, p. 32).<br />

A mãe na visão de Silva além de transitar entre os desígnios ‘naturais’ atribuídos<br />

à mulher nesse papel de cuidar e educar os filhos, é também a responsável direta por<br />

qualquer perturbação do desenvolvimento físico e moral da criança. A cobrança desse<br />

lugar social a ser desempenhado pela mulher mãe, passa pelo controle de quem<br />

parece reinar acima do santuário regido pela maternidade. Esse domínio e poder são<br />

do homem, do marido que, não se ocupando diretamente dos afazeres do lar e da<br />

educação dos filhos, o faz indiretamente, exigindo que a mulher-mãe garanta a ordem..<br />

Um exemplo que retrata a necessidade da mãe de coibir as travessuras naturais<br />

dos filhos ao brincarem com os utensílios domésticos, não por uma decisão pessoal e<br />

de controle dela, do que é ou não conveniente aos filhos de se apropriarem deles para<br />

brincar, mas ao contrário, é por temerem serem condenadas pelo marido por sua<br />

displicência com os filhos e/ou falta de controle em suas atribuições de mãe.<br />

As mães, por sua vez, sentem-se culpadas, porque não impediram tais<br />

travessuras, menos pelos objetos que os filhos quebra que, menção,<br />

pelo receio de passarem como displicentes e pouco cuidadosas aos<br />

olhos do marido que, ao chegar em casa, não desculpa a “falta de<br />

atenção” da esposa. (SILVA, 04/01/40, p.47).<br />

Para impedir que as travessuras das crianças se revertam em danos utilizando<br />

utensílios domésticos e não seja punida pelo marido, a mulher e mãe devem<br />

oportunizar brinquedos para os filhos.<br />

Por outro lado, Silva que, a despeito dos interesses da criança, dos filhos, a mãe<br />

se protege enquanto mulher do olhar reprovador do marido; é cobrada a compreender o<br />

filho como ser desejante.<br />

E o futuro dos filhos dessas mães? Não poderia deixar de ser de<br />

responsabilidade materna a vocação do filho: “Diante do gosto que um dos nossos<br />

filhos apresenta por esta ou aquela atividade. O papel dos pais e, muito principalmente

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