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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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231<br />

A educação religiosa feita no lar é, pois, missão muito delicada das<br />

mães. É preciso, como se disse acima, ensinar a criança a amar a Deus,<br />

a respeitá-lo, mas nunca – nunca! – intoxicar o espírito com uma ideia<br />

de Deus falsa e por isso mesmo fecunda em erros de raciocínio que<br />

fazem frutificar mais tarde inúmeras doenças da alma, ou covardia do<br />

caráter. (SILVA, 02/05/40, p.43).<br />

Em geral, as mães ensinam os filhos a sentir um Deus mau e vingativo,<br />

ao invés de um Deus sublime, um Deus amigo, um Deus que consola.<br />

(SILVA, 02/05/40, p.42)<br />

A criança, vista como modelável, não tem autonomia e nem é compreendida<br />

como aquela que pudesse ter uma forma específica de compreensão da realidade.<br />

Entre tantas intervenções propostas por Silva sobre o pensamento da criança, há de se<br />

considerá-la como aquela que: “não pode raciocinar por si mesma. Nós é quem<br />

orientamos o seu raciocínio.” (SILVA, 08/08/40, p.66).<br />

Cabe a mãe a educação sexual da criança, o autor considera que “uma resposta<br />

mal formulada pode traumatizar a alma e mais tarde surgir disfarçada sob a forma<br />

larvada de uma nevrose.” (SILVA, 08/08/40, p.57).<br />

Sobre o que orientar, o autor explica:<br />

Não. A verdade total não seria compreendida inteiramente pela criança.<br />

Chocaria o cérebro e seria tão inútil como uma resposta ingênua, ou<br />

fantasiosa. Qual o caminho a seguir, então? Muito simples. Lancemos<br />

mão da reprodução nos vegetais, Utilizaremos dos princípios da<br />

botânica, da reprodução das plantas. Não será preciso, é claro, entrar na<br />

questão com profundeza de conhecimento, senão apenas fazer uma<br />

comparação que está ao alcance de qualquer inteligência. Basta, por<br />

exemplo, quando a criança perguntar como nasceu, responder assim: -<br />

Você e todos nós nascemos, tal e qual nascem as flores... Nessa altura,<br />

é infalível uma outra pergunta: - E como nascem as flores? - De uma<br />

flor nasce outra flor. Dentro da corola existe um “pó” que se chama<br />

“pólen”. Quando a corola atinge o seu completo desenvolvimento rompese<br />

o lugar onde se esconde o “pólen” e, então, este vai produzir outras<br />

flores. [...] A flor é assim qualquer coisa semelhante à “mamãe”. O<br />

“polen será, por sua vez, qualquer coisa parecida com o “papai”. –<br />

Então, “mamãe” é uma flor? Resposta: - É, meu filho! Você também é,<br />

porque nasceu de outra flor [...].<br />

Como se vê, nessa atribuição de mãe, é preciso que a mesma conheça o que<br />

esperar em cada etapa do desenvolvimento infantil. A ela é atribuída a capacidade de<br />

identificar as idades do desenvolvimento:

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