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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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Em julho de 1949, Sampaio irá se dedicar à necessidade das mães em cuidar da<br />

criança doente em seu artigo “‘Quase bom’ é pior”. Nele, explora que cuidar da criança,<br />

dedicar atenção aos filhos deve ser a principal preocupação da mãe, e que exigirá<br />

ainda mais dela quando a criança se encontra enferma. A criança, quando doente, faz<br />

manhas, pirraça e caprichos os mais complicados: “Enquanto eles vão “adquirindo<br />

forças” vão também experimentando a resistência da mamãe, da vovó, da babá”.<br />

(SAMPAIO, Julho, 1949, p.123).<br />

Sampaio (julho, 1949) descreve a mãe como uma mulher distanciada da<br />

maternidade. O filho, quando adoece, a mãe é descrita como privada de suas principais<br />

ocupações: “ir a costureira experimentar o vestido” ou “continuar a leitura daquele livro<br />

interrompido há uma semana”.<br />

Se essas são as principais preocupações das mães, a quem cabe a atenção dos<br />

filhos em suas rotinas diárias? Provavelmente, à babá e à vovó, como vimos<br />

anteriormente.<br />

Podemos compreender que a família a quem se dirige o Sampaio é a família que<br />

faz parte das condições sociais mais privilegiadas e que esta família, representada pela<br />

mãe, não intervém mais amiúde com a criança.<br />

A referência que se estabelece é de que os cuidados referentes à criança são<br />

delegados a outra pessoa que não a mãe; e esta assume o lugar da maternidade direta<br />

com a criança, somente em situações mais extremas como no caso de doença.<br />

Esse artigo contribui para exemplificar a necessária intervenção dos médicos na<br />

família. Se as mães se afastam do exercício da maternidade, do ofício da ‘rainha do lar’,<br />

a criança corre perigo.<br />

Outro médico que dedicou sua atenção à dimensão da saúde física da criança foi<br />

Bundesen. Em seu artigo ‘A criança subnutrida’, empenhou-se em esclarecer o controle<br />

da alimentação da criança que tem peso abaixo do esperado. Para o médico, a mãe<br />

precisa: “Para se ter a certeza de que se está agindo acertadamente, a melhor coisa a<br />

fazer é tomar nota do que seu filho come durante a semana; em seguida levar a lista e<br />

submetê-la à opinião do seu médico.” (BUNDESEN, Agosto, 1948, p. 115).<br />

Segundo Bundesen (Agosto, 1948, p. 115), as crianças subnutridas nem sempre<br />

são as de condições desfavoráveis economicamente. Estas crianças estão sujeitas a<br />

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