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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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As perturbações do sono, particularmente o terror noturno, têm como principal<br />

causa a mãe ameaçadora. Silva considera a seguinte explicação:<br />

233<br />

Entretanto, com as experiências da psicologia e, muito principalmente,<br />

da psicanálise, as crianças, assim perturbadas mostram que são vitimas<br />

de má educação das mães, principalmente, pois, está provado que<br />

certas ideias rejeitadas, temidas, ou não raciocinadas, pelas crianças,<br />

ficam no “subconsciente”, esperando a oportunidade para se manifestar<br />

debaixo de inúmeras formas alucinatórias, quando os nervos se<br />

relaxam, o cérebro repousa ou a instancia do “consciente” adormece. “ai<br />

virão a ser essa ideias. [...] É através desse mesmo “processo<br />

educacional”, que as “ideias traumatizantes” se manifestam, (assim<br />

podemos chamar as que provocam pequeninas alucinações noturnas,<br />

capazes de provocar o “terror” durante o sono). – Menino! Quando seu<br />

pai sair, você vai apanha uma surra, para aprender a me obedecer,<br />

ouviu? Há certas mães que dizem assim: - Eu te esmigalho, menino!<br />

Deixo-te em pedaços! Você não me conhece!... [...] Isto apenas serve de<br />

exemplo, o que não chega a significar coisa alguma, diante da<br />

imaginação das mães em relação às formas de punição com que<br />

pretende, às vezes, “corrigir” os seus fedelhos... Existem ameaças<br />

verdadeiramente burlesca, outras extravagantes, outras ainda<br />

tragicômicas, como por exemplo: - Jogo-te da janela em baixo e dou-te,<br />

em seguida, uma surra. (SILVA, 21/03/40, p.43).<br />

As ameaças de quem deveriam educar e zelar se fazem presentes também nos<br />

castigos físicos, compreendidos por Silva como uma forma da mulher transferir a<br />

agressividade que seria dirigida ao marido, passa a ser desviada à criança, ao filho:<br />

“Certas mães gostam muito de ”bater” nos filhos, sem saberem, talvez, que só o fazem<br />

para espiar as próprias faltas do “papai”, na suposta “culpa” de seus fedelhos... Elas<br />

não podem (ou pelo menos é mais difícil...) vingar-se no pai. Vingam-se então, nos<br />

filhos.” (SILVA, 25/04/40, p.32).<br />

O lar parece mesmo representar um “refúgio num mundo sem coração” (Lasch,<br />

1991), cercado de descontrole por parte de quem deveria garantir o ‘santuário’,<br />

transformando-o em lugar de tirania:<br />

Tomemos, no entanto, por base a “culpa” que os castigos originam<br />

quando as mães têm por hábito punirem os filhos a pretexto de qualquer<br />

coisa ou mesmo sem pretexto algum. Há diversas formas ou<br />

modalidades de castigos que resultam em diversos vícios ou jaças de<br />

caráter. Assim, por exemplo, o celebre puxão de orelhas que torna o<br />

garoto “sem vergonha”, a ponto de, quando comete uma “falta”, correr

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