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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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interferência do adulto através de participação na condução dos mesmos e na<br />

possibilidade de moldar padrões a partir do olhar do adulto.<br />

Denunciará a falta de espaço no contexto do lar e no espaço público para essa<br />

exploração lúdica pertinente ao desenvolvimento infantil, encarando essa dificuldade<br />

como um mal dessa década para as crianças. Representará um mal, diante do<br />

pressuposto de Silva de que as crianças não têm a oportunidade de ‘expandir seus<br />

instintos’.<br />

A frustração na execução das necessidades do mundo infantil é decorrente da<br />

falta de conhecimento e compreensão deste, por parte do universo do adulto, ao qual<br />

caberia oportunizar e garantir a possibilidade de existência da vivência pueril,<br />

reconhecida por Silva como primitiva, desejante, sonhadora, afetiva, travessa, perversa,<br />

agitada, ciumenta, astuta, imaginativa e sem limites.<br />

Cabe, então, toda a crítica de que a criança não veja oportunizada sua existência<br />

por aquele adulto que tem essa função – a mãe. Ele acrescentaria ainda a função de<br />

que ela deveria responder pela e educação (geral, religiosa, sexual) e pelo seu<br />

desenvolvimento (físico e moral).<br />

O tema da educação da criança por Silva (Vamos Ler) foi enfaticamente<br />

valorizado, sobretudo no distanciamento que esse tema apresenta quanto à instrução.<br />

A educação cabe aos pais (a mãe) e a instrução à escola. Houve todo empenho por<br />

parte desse autor no que concerne à compreensão de que a educação é o que<br />

preserva a criança em sua natureza, através dos valores morais revelados no controle<br />

dos instintos. A educação conduz a ‘alma’ da criança, sendo portanto, estimulada e<br />

preconizada pelo especialista e exercida pela mãe. Essa ênfase na educação, em<br />

relação à instrução do saber formal estabelecida pela escola (inserção no universo do<br />

mundo adulto), representou o que Postman (1999) revelara na tentativa de distanciar a<br />

criança de se transformar no mundo adulto perenizando sua infância em tempo mais<br />

duradouro. No entanto, a criança para Silva corre perigo se esses almejados objetivos<br />

não forem concretizados no contexto familiar, através da implacável responsável pela<br />

criança, a mãe. A criança correria o risco de ser ferida na ‘alma’. As mães precisariam<br />

do conhecimento da medicina psicanalítica para poder evitar e sanar os possíveis<br />

danos da ‘alma’ e, assim, o especialista o faz: ensina, educa, condena e descreve os<br />

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