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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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uma preceptora em casa. Estas escolas vão definir os papéis sociais desses adultos,<br />

homens e mulheres desde a meninice:<br />

104<br />

Aos meninos, uma educação voltada para o desenvolvimento de uma<br />

postura viril e poderosa, aliada a uma instrução, civil ou militar, que lhe<br />

permitisse adquirir conhecimentos amplos e variados, garantindo-lhe o<br />

desenvolvimento pleno da capacidade intelectual.... Por outro lado, a<br />

educação das meninas, padecia de ambigüidade, pois ao mesmo tempo<br />

que as circunscrevia no universo doméstico, incentivando-lhes a<br />

maternidade e estabelecendo o lar como seu domínio, as habilitava para<br />

a vida mundana, fornecendo-lhes elementos para brilhar em sociedade.<br />

Muitas vezes a mensagem era decodificada de forma inesperada,<br />

retendo somente a parte da educação que valorizava a exposição das<br />

damas nos salões do Segundo Império. Temendo tal perigo, levantavase<br />

a literatura moralista, presente nas bibliotecas das mães de família...<br />

(MAUAD, 2006, p. 155).<br />

Orlandi (1985), sobre a compreensão da criança na família, esclarece que, no<br />

século XVII, as características do que representa a família moderna ainda não estavam<br />

presentes, sobretudo em relação à ternura pelos filhos e à intimidade afetiva entre os<br />

membros; e que em meados do século XVIII, é que a criança passa a se tornar o centro<br />

do universo familiar nas famílias burguesas das classes em ascensão.<br />

A criança como filho até o século XIX foi-se constituindo em importância e<br />

atenção. A criança no contexto da família no século XX, terá grande influência do<br />

século anterior; marcadamente dos movimentos higienista e da puericultura. Ela será o<br />

elo para o interior dos lares, facilitando a intervenção médica sobre a vida familiar, e por<br />

que não afirmarmos, para disciplinar e conduzir um ideal de mulher-mãe. Danzelot<br />

(1980) reafirmara que a presença do médico na família, transformará a mãe em uma<br />

grande aliada. Estes, os médicos, irão agora transformar seu discurso como forma de<br />

domesticação dos lares. Transitarão como conselhos, camuflados ou de forma muito<br />

clara e evidente como ordens, ameaças. Disciplinando o modo de educar e de ser da<br />

mulher-mãe.

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