JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

A forma direta como o autor se refere à ação da mãe em casa nos cuidados com
a criança que vomita e sua terapêutica é reveladora do lugar que deve ser ocupado
pela mãe no contexto do lar. Ela é conduzida a um papel de auxiliar médico na família,
tanto é assim que o modo do médico se comunicar é utilizando-se dos saberes da
medicina. Temos a ‘terapêutica de casa’ e a ‘receita’.
Choro do bebê
O choro do bebê foi tema do artigo de De Lamare em 18/05/40, que explica em
relação à criança que: “É o único meio de que dispõe para se comunicar com o
ambiente já que não fala, sorri ou gesticula... O choro é, indiscutivelmente, a primeira
manifestação de intelligência do ser humano.” (DE LAMARE, 18/05/40, p.06).
Como De Lamare explicitou, os bebês choram para se comunicar, e é da “alçada
materna” reconhecer se o choro é proveniente de fome, sede, luminosidade, calor e frio,
posição, cólicas, pruridos, nervos, alfinete que espetem, insetos, moléstias infecciosas,
febris, otalgias etc. Chama atenção o fato de ser incluída no rol dos procedimentos
maternos a possibilidade também de que a mãe administre sedativo para a criança.
Uso de chupetas
O artigo de 25/05/40 de De Lamare explora o uso da chupeta. De Lamare lista
uma série de acusações em relação ao uso da chupeta: deforma arcada dentária,
produtos químicos da borracha intoxicam, sucção esgota as glândulas salivares
prejudicando a digestão, origina bolhas de ar provocando regurgitações, micróbios
infectam a criança, e por um fator de ordem psicológica, que o seu uso atrofia o
desenvolvimento intelectual; e os adeptos da escola de Freud interpretam o prazer da
criança pela chupeta como uma manifestação exclusivamente sexual, sendo a primeira
dessa natureza a se manifestar no ser humano.
A posição do autor é que “quando necessária, não deve ser evitada e sim
regulamentada”.
156