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com as capas, de um lado, e com as matérias, de outro” (BRAGA, 2005, p.12). Como<br />

resultado, em 98% das capas, aparecem imagens de mulher, branca, exceção à revista<br />

Raça Brasil (publicação endereçada para a comunidade negra); revelou-se também que<br />

em 100% dos casos, a mulher da capa é magra: atributo básico dos corpos discursivos<br />

dessa mídia. Em 75% dos casos, uma “olimpiana” estampa a capa, que funciona como<br />

elemento de identificação que visa a um possível efeito de reconhecimento. Braga<br />

identifica, por parte da mídia, determinação em estabelecer o ideal de corpo, a partir de<br />

receitas, dicas, disciplinando o modo de existir e tratar o corpo. A autora afirma que “é a<br />

imprensa feminina que o faz nascer, que dá modo de existência ao corpo-verão”<br />

(BRAGA, 2005, p.22).<br />

Dias (2003) analisou a revista feminina Marie Claire a partir da seção ‘Eu, leitora’<br />

em seu artigo “Imprensa Feminina, Folhetim e História de Vida”. A autora considera a<br />

carta como a presença marcante do leitor. Estas cartas nos periódicos analisados<br />

foram, em sua maioria, enviadas por mulheres, e retratavam temas ligados à<br />

sexualidade, religião, casamento, família, corpo, identidade, relações sociais entre<br />

outros, demonstrando a inserção da mulher na sociedade. A autora constata que as<br />

publicações desses temas surgem de dois modos: folhetinesca e como manual de bom<br />

comportamento, representando para o público feminino, informação e restrição à<br />

mulher.<br />

Neckel (2007) analisa diferentes revistas feminina na década de 1970 quanto à<br />

sexualidade em seu artigo “A sexualidade e vida a dois nas revistas femininas e<br />

masculinas nos anos de 1970”. A autora analisa os artigos das diferentes revistas que<br />

atendiam a um determinado público consumidor: a classe média em ascensão. Neste<br />

período, esses artigos revelam que o movimento de liberação sexual era dirigido às<br />

mulheres, mas com a obrigatoriedade de compreender a sexualidade como ela foi<br />

constituída para os homens. A sexualidade masculina, então, assume o padrão a ser<br />

seguido pelas mulheres. Neckel considera que houve também rupturas nessa<br />

hierarquia dos sexos. Em relação à revolução sexual, os resultados apontam para as<br />

lições de como facilitar o ajustamento perfeito do casamento em seus aspectos sexuais<br />

e manutenção da família.<br />

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