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fêmea humana, bondosa, redentora” (ALMEIDA J., 1998, p.32). Poder viver algo<br />

diferente desse contexto, representaria adentrar no mundo do trabalho. Este se<br />

revelaria possível somente em situações específicas e excepcionais de necessidade<br />

extrema relatado pela autora como viuvez, falência financeira. A permissão estava<br />

circunscrita à mulher que fazia parte das classes média e dominante; e a profissão<br />

aceitável era de educadora infantil. Outro aspecto abordado refere-se ao feminismo<br />

considerado uma aberração, por distanciar as mulheres de seu destino social e familiar;<br />

mas o período da República e o final do século mostrariam uma mudança gradativa das<br />

mentalidades femininas.<br />

Apesar de ainda considerarem o lar como o seu verdadeiro espaço e o<br />

casamento sua garantia de felicidade, as mulheres principiavam a<br />

questionar esses princípios. Afinal, centenas de anos de dominação não<br />

seriam extintos tão facilmente, apesar dos novos valores políticos e<br />

sociais que se impunham no alvorecer do novo século. (ALMEIDA J.,<br />

1998, p.37).<br />

Almeida J. reconhece o papel da imprensa feminina de minimizar as<br />

desigualdades frente à mulher com papéis sexuais aprisionados na tradição, e que<br />

enfaticamente era direcionada para o lar. A autora, discorrendo sobre a imprensa<br />

feminina voltada para professores e não-professores, analisou a posição da mulher na<br />

educação e suas graduais conquistas. Conclui que a “[...] imprensa feminina possibilitou<br />

romper com a invisibilidade, expôs sentimentos e aspirações, exibiu reivindicações e<br />

mostrou que estas eram justas, conseguindo assim que a Sociedade, eminentemente<br />

masculina da época, voltasse seu olhar para as necessidades femininas.” (ALMEIDA J.,<br />

1998, p.42).<br />

Bassanezi (1993b), através de seu artigo “Revistas Femininas e o Ideal de<br />

Felicidade Conjugal (1945-1964)”, buscou compreender o ideal conjugal de felicidade a<br />

partir das revistas femininas Jornal das Moças e Cláudia entre os anos de 1945 a 1964.<br />

A autora reconhece que “as revistas femininas penetram no espaço doméstico e<br />

procuram atuar como guias de ação, conselheiras persuasivas, companheiras de lazer<br />

ou alienação” (BASSANEZI, 1993b, p.112). Estas revistas indicam a desigualdade da<br />

esposa como responsável pela felicidade no lar; estabelecem controle da sexualidade<br />

feminina; determinam rigidamente as tarefas que cabem à mulher no casamento;<br />

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