JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

da identidade cultural onde está inserida. Para a autora o ser criança fica
comprometido.
Vemos no artigo de John (2005), ênfase dos produtores na compreensão do que
se propaga para a criança no suplemento Folhinha. Analisa os conteúdos e abstrai uma
compreensão da criança a partir do que se planeja para ela. Essa exterioridade em
relação à criança foi contemplada de modo mais minimizado na pesquisa de Ferreira,
M. F., (2007a), que também analisou o suplemento Folhinha e JCCriança e a
Tribuninha. Essa autora, em seu artigo Infância em papel: o jornalismo no interior,
procurou verificar a influência e o fascínio que os conteúdos dos suplementos infantis
Folhinha, JCCriança e Tribuninha, editadas em outubro de 2005, exercem sobre seus
leitores. A autora verificou que “o papel dos suplementos, enquanto educador e
transmissor de informações que contribuam para o enriquecimento do repertório infantil,
foi pouco explorado nas edições analisadas”. (FERREIRA, M. F., 2007, p.4).
Expandindo a pesquisa para um trabalho de campo em escolas, Ferreira, M. F. (2007)
contatou 65 alunos de escolas públicas e 57 alunos da rede privada das cidades de
Araraquara e Bauru, locais onde se editam os suplementos. Ela procurou observar a
receptividade dos produtos jornalísticos em análise e verificar sua opinião sobre os
mesmos, através de alunos da 5ª série em torno dos 10 a 12 anos, utilizando-se de
questionários e dinâmica de grupo. Desse modo, garantiu-se espaço para as falas e a
criação das crianças. Ferreira, M. F. (2007) apreende da pesquisa que as crianças se
satisfazem com os suplementos, ao mesmo tempo e que percebem a ausência de
conteúdo informacional. Elas reivindicam a presença desse conteúdo em um contexto
de fácil assimilação, marcado por uma linguagem acessível e com cuidados em relação
à forma, com usos de figuras e desenhos. A autora revela, ainda, que grande parte do
interesse das crianças reside na exploração dos suplementos na forma de
entretenimento. A autora conclui que os suplementos, ao não retratarem os problemas
da realidade, sobretudo relacionados à infância, excluem do leitor informações
pertinentes a ele, de modo a contribuir para sua alienação.
Essa pesquisa de Ferreira, M. F. (2007) e a de John (2005) apontam para a
ampliação do processo aliciatório e ideológico constituído pela mídia impressa em
afastar a criança da realidade em que vive. Ao que indicam os resultados, esse público
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