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José do Nascimento Borges explica ainda que a criança nervosa manifesta sua<br />

patologia em diferentes idades:<br />

259<br />

[...] no lactente, traduzido por desassossego, inquietação, sobressaltos,<br />

motivados pelo menor ruído, sono agitado ou então profundas,<br />

mudanças de coloração da face e mucosas, tendências as diarréias,<br />

falta de apetite (anorexia) e desenvolvimento deficiente, mesmo para as<br />

crianças criadas ao peito, (alimentação natural). (BORGES, 05/11/1942,<br />

p.16).<br />

[...]<br />

Em “crianças maiores”, o tratamento da neuropatia é principalmente<br />

pedagógico. Os métodos pedagógicos, porem, quase sempre não<br />

podem ser executados pelos próprios pais, habitualmente também<br />

nervosos, os quais não possuindo a suficiente força de vontade para<br />

corrigir o filho, não se decidem a empregar a energia, tão necessária<br />

nestes casos. (BORGES, 05/11/1942, p.17).<br />

Outro aspecto sobre a criança nervosa explorado no artigo de Borges é a<br />

conclusão de que é muito comum encontrar os sintomas de neuropatias em criança que<br />

seja filho único. O filho único é considerado alvo de todas as atenções e de cuidados<br />

excessivos dos pais.<br />

Para o “filho único” é recomendável um ou mais irmãosinhos, os quais<br />

se associarão aos desvelos paternos, (dosando-os), ou então a<br />

convivência com outras crianças não nervosas. A escola é um grande<br />

auxiliar no tratamento das neuropatias, principalmente para o “filho<br />

único”. Este não deverá ter ensino particular e sim estudo coletivo, com<br />

outras crianças, em escola pública. Na escola aprende-se ordem e<br />

disciplina e entre tantos alunos não há lugar para cuidados especiais e<br />

preferências, como fazem os pais ou os professores pagos<br />

particularmente. (BORGES, 05/11/1942, p.17).<br />

Essa citação revela outro aspecto interessante a se destacar: o estudo particular<br />

parece representar, ainda no início do século XX, uma prática comum à classe social<br />

mais favorecida economicamente.<br />

A análise dos artigos da revista Vamos Ler até aqui explorou a intervenção dos<br />

especialistas que escreveram para as mães, focados em delinear aspectos da psique<br />

infantil. Mas outra ênfase intervencionista da medicina na política da família nos artigos<br />

da revista Vamos Ler esteve voltada para a alimentação da criança.

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