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instituições de ensino superior e os espaços profissionais.<br />

(NASCIMENTO; OLIVEIRA, 2007, p.455).<br />

Há de se relacionar as produções de mídia escrita com as condições sociais do<br />

público com poder de leitura. Desse modo, a produção midiática, dirigida<br />

especificamente ao público feminino, retrata a condição da mulher de classe média alta<br />

e da elite, que tinha a condição de alfabetização tolerada e mais aceita nessa camada<br />

social. Retratando, então, os anseios desse público:<br />

No início, as revistas femininas tratavam de temas como casa, moda,<br />

literatura, poesia, belas artes e teatro. A sociedade era então, em sua<br />

maioria, constituída por mulheres que cuidavam do lar e de sua família,<br />

logo, o tratamento desses temas dava conta dos valores daquele mundo<br />

feminino. Até o final do século XIX, o relacionamento entre homens e<br />

mulheres não era tema a ser questionado por dois motivos: (1) o fato de<br />

o discurso sobre o lugar e a função da mulher na sociedade parecerem<br />

algo muito mais premente; (2) os casamentos serem contratos<br />

estabelecidos para vida inteira, acordos estáveis e eternos, sobre os<br />

quais não interessava no momento discutir. Antes de se interrogar sobre<br />

relacionamentos – a conquista, o casamento, o sexo – foi necessário<br />

que a mulher se tornasse independente profissional e economicamente.<br />

(CALALI, 2006, p.11-12).<br />

O século XX representou um período de grandes transformações que influenciou<br />

todos os setores da sociedade. As mulheres experimentaram abalos sísmicos de<br />

pequena magnitude, que foram sentidos como grandes, considerando-se as rígidas<br />

concepções historicamente construídas de existência pueril, servil sobre a mulher, em<br />

uma sociedade constituída de valores misóginos. Essas mulheres, sem voz e nem<br />

visibilidade, serão mães de filhas de uma geração considerada como “geração<br />

silenciosa”, (LEOTTI, 2007), ao contrário de sua genitora, que vivera uma história de<br />

submissão e inferioridade no cenário social quando comparadas ao universo dos<br />

homens. Suas filhas (geração silenciosa) irão passar por transformações sociais que<br />

circunscreverão mudanças no comportamento feminino. Estará em curso, a partir da<br />

década de 60, com esses frutos representados pela “geração silenciosa”, a ampliação<br />

do discurso das desigualdades entre o universo masculino e feminino. Estamos na<br />

década de 60 na qual Betty Friedan (1963) despontará como representante da mística<br />

de fragilidade e inferioridade que se estabelecem sobre a mulher nesse contexto de<br />

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