JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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indiscutivelmente erradas temos vistos lindos bebês... (DE LAMARE,
12/09/42, p. 11).
Parece existir a necessidade de popularizar a ação do médico, particularmente
do médico pediatra junto às mulheres-mães, tal qual ocorrera no Brasil Colônia e
Império, onde os escassos médicos precisavam disputar com as benzedeiras e
parteiras, que faziam às vezes, as tarefas que seriam destinadas aos médicos e
cirurgiões da época, em relação aos cuidados com a mulher. Os médicos não tinham
naturalmente a segurança junto às mulheres (BRENES, 1991), e, agora, nessa primeira
metade do século XX, o mesmo parece presentificar-se em relação aos cuidados dos
filhos, impondo a medicina oficial e combatendo e desqualificando o conhecimento e as
ações das mulheres-mães.
De Lamare seguirá, então, com o propósito de alcançar esse intento, de tornar-
se o representante da medicina oficial junto às mães leitoras. Para tanto, desde 1940 se
empenha em sua seção semanal de ‘Conselhos às Mães’ e, ao que tudo indica, a
alimentação do bebê é o lugar de entrada na vida das crianças e de intervenção das
mães dentro da família.
Nesse ano de 1942, um artigo contribui para representar essa ideia. Na edição
de 01/08/42, De Lamare, ao explorar o tema ‘A dieta do sarampo’, apresenta uma
informação que vem sendo constituída subliminarmente em seus diferentes artigos
desde 1940. Trata-se da importância atribuída pelos médicos à alimentação da criança,
sobretudo em seu primeiro ano de vida. Esse valor dado à alimentação recai
sobremaneira para a mãe. Ela tem estabelecido pela medicina, a responsabilidade de
atuar para o médico na privacidade do lar, nos cuidados com a alimentação da criança:
Em caso de doença há necessidade de se considerar para a cura três
fatores principais: a medicação, a higiene e a alimentação. A primeira
pertence ao médico, mas na última, embora prescritico pelo facultativo
desempenhe a mãe importante papel, porque é quem a determina em
maiores detalhes, e muitas vezes é ela mesma quem a executa. (DE
LAMARE, 01/08/42, p.06).
Dois outros pontos referentes a essa citação merece destaque. Um é referente à
especificação em que De Lamare determina aos médicos como sua responsabilidade: