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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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XIX ao início do século XX, havia preocupação do Estado com “a necessidade de<br />

educação da mulher, vinculando-a à modernização da sociedade, à higienização da<br />

família, à construção da cidadania dos jovens.” A educação da mulher vai diferir da do<br />

homem por não ser direcionada à profissionalização.<br />

Desde o Decreto de 15 de outubro de 1827, o governo imperial havia<br />

estabelecido um currículo não profissionalizante para a educação<br />

feminina, voltado para a formação de donas-de-casa, composto das<br />

seguintes disciplinas: leitura, escrita, quatro operações, gramática, moral<br />

cristã, doutrina católica e prendas domésticas. (MANOEL, 1996 p.23).<br />

Louro (2008) esclarece que não houve uma universalização desse ensino;<br />

meninos e meninas tinham estudos distintos em sua formação. A escolha de<br />

professores respeitava a distinção de gênero: professor responsável pelos meninos e<br />

professora responsável pelas meninas. Quanto ao ensino: “ler e escrever e contar,<br />

saber as quatro operações, mais a doutrina cristã, nisso consistiam os primeiros<br />

ensinamentos para ambos os sexos; mas logo algumas distinções apareciam: para os<br />

meninos, noções de geometria; para as meninas, bordado e costura.” (LOURO, 2008,<br />

p.444). Para as meninas de família privilegiada socialmente havia complementação em<br />

sua formação com ensino de piano, francês, atividades manuais vinculadas a prendas<br />

domésticas, culinária, cuidados com empregados e preparação para a relação com o<br />

marido. Com a necessidade de atender o ensino das meninas, vai, aos poucos, se<br />

evidenciando como forma, até certo ponto aceitável, a profissionalização da mulher<br />

como professora. O magistério vai se tornando uma saída do casulo doméstico<br />

instituído historicamente. O que a autora revela é conjunção de dois aspectos<br />

resultantes dessa empreitada feminina no universo da esfera pública como profissão,<br />

professora; de um lado encontrou resistência e foi duramente combatida: “Para alguns<br />

parecia uma completa insensatez entregar às mulheres usualmente despreparadas,<br />

portadoras de cérebros “pouco desenvolvidos” pelo seu “desuso” a educação das<br />

crianças.” (LOURO, 2008, p.450). De outro, encontrou o respaldo da sociedade com o<br />

argumento de que o magistério era a extensão da maternidade.<br />

Manoel (1996) reconhece a unanimidade entre os historiadores de que a<br />

sociedade patriarcal da primeira metade do século XIX não atribuía importância à<br />

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