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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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Além dos cuidados dos muitos filhos, há também “o acréscimo ainda dos<br />

cuidados e as preocupações com o marido e os encargos de dona de casa”. Sua<br />

‘missão’ tem de ser cumprida, ‘aconteça o que acontecer’. A mulher-mãe não tem<br />

atrativo. É colocada como uma cumpridora de uma missão, ser mãe. A descrição da<br />

mulher-mãe de muitos filhos é assim referida pelo autor: “Fisionomia paciente, quási<br />

sempre de cansaço, cabelos em desalinho, na maior parte das vêzes com o caçulinha<br />

ao colo, em luta constante com as ‘célebres’ empregadas (um dos mais terríveis<br />

problemas do após-guerra) [...].” (DR. LOMBARDI, 30/03/1946, p.55).<br />

Dr. Lombardi não atribui à mulher lugar de destaque como despontou Rios ao se<br />

referir à escolarização da mulher; ao contrário, para esse autor à mulher, além de mãe<br />

de muitos filhos tem uma condição muito precária em sua aparência e presença. Muito<br />

provavelmente, Dr. Lombardi se refere à mulher de uma camada social menos<br />

privilegiada.<br />

De sua experiência de consultório particular, ele retoma a temática da<br />

maternidade, mas, agora referindo-se à mãe noviça, a que tem o primeiro filho.<br />

Dr. Lombardi, no artigo de 13/04/46, recomenda que essas mães<br />

200<br />

[...] se vêem atrapalhadas com os encargos e responsabilidades da<br />

criação de um filho, e por mais que valha a experiência das pessoas<br />

idosas existentes no ambiente, o único capacitado a dar toda e qualquer<br />

orientação, segura, científica, prática e esclarecida é o pediatra. (DR.<br />

LOMBARDI, 13/04/1946, p.17).<br />

A mesma inquietação do Dr. Lombardi na interrupção da onipresença do médico<br />

na vida da mãe foi registrada na edição de dezembro desse ano. No artigo ‘Filho único,<br />

de uma filha única’ (25/12/46), Dr. Lombardi afirma que o ambiente é o responsável<br />

para uma educação adequada ao filho único e que as avós superprotetoras e<br />

preocupadas podem comprometer essa criança.<br />

Não há de ser o médico que, com uma simples penada, resolverá uma<br />

situação destas. O máximo que poderemos fazer é aconselhar, cabendo<br />

o resto (que é tudo) ao ambiente, sobretudo estes ‘célebres ambientes’<br />

que cercam ‘um filho único, de uma filha única’ [...]. (DR. LOMBARDI,<br />

25/12/1946, p.10).

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