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JOÃO GUILHERME RODRIGUES MENDONÇA - Home - Unesp

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verdade, o meio de estar dentro da família na condução daquele que cuida da criança,<br />

a mãe.<br />

Essa mesma temática de vincular os descontroles dos pais a atitudes nervosas<br />

do filho apresentou-se na revista Vamos Ler, no artigo de José do Nascimento Borges,<br />

em novembro de 1942. Esse autor considera que a família não carrega em si as<br />

competências de zelar pela educação de uma criança nervosa. Pais nervosos, filhos<br />

nervosos. Os pais perdem ou não têm as atribuições de cuidados e distanciamentos<br />

necessários na educação do filho.<br />

A resposta para solucionar essas dificuldades encontra-se sempre fora do<br />

contexto familiar. É a escola e os médicos quem pode auxiliar a criança nesse contexto.<br />

O autor também propõe que os pais se utilizem de ‘pessoas de força’. Mas os pais não<br />

podem atender seus filhos nervosos. Eles não reúnem as prerrogativas para acolher um<br />

filho nervoso, por influência determinada por eles mesmos. A criança nervosa é, na<br />

maioria das vezes, fruto da relação com o meio (pais). O autor recomenda a distância<br />

dos filhos nessa condição de seus pais, o que não é muito bem compreendido por eles,<br />

como é possível constatar:<br />

258<br />

O caminho mas acertado seria entregar-se a criança aos cuidados de<br />

uma pessoa enérgica e conhecedora dos métodos pedagógicos, a qual<br />

ficaria incumbida de sua educação.<br />

[...]<br />

O afastamento da criança do ambiente familiar, muitas vezes é o<br />

suficiente para uma cura rápida e surpreendente, coisa que os pais<br />

custam muito a compreender e aceitar. A mudança para o campo, para<br />

clima de mediana altitude ou então junto ao mar torna-se muito útil<br />

auxiliando de modo inestimável, na cura das neuropatias. (BORGES,<br />

05/11/1942, p.17).<br />

A criança nervosa não é consequência sempre do meio, pode ser genético.<br />

Contudo, reconhece que o ambiente representa o que mais frequentemente acomete a<br />

criança: “A criança é muito sensível às impressões, ao ambiente, aos hábitos e<br />

costumes, mormente a tudo que provem dos pais. Possuem o espírito de imitação, e<br />

consequentemente qualquer orientação defeituosa torna-se perigosa para ela.”<br />

(BORGES, 05/11/1942, p.16).

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